Proposta 2 a orçamento participativo- Janelas verdes


Janelas verdes

Projecto-piloto para Freguesia dos Anjos e Penha de França

Lisboa

1. Introdução e descrição

As cidades e respectivos espaços urbanos têm crescido num ritmo que tem vindo a acelerar-se durante todo o século XX, Mais recentemente, numa nova vertente de percepção e abordagem, percebeu-se que as bases ambientais de qualquer progresso futuro podem ser comprometidas por um crescimento económico desregrado e redutor dos recursos naturais.

O desenvolvimento e consciências ambientais, assim como qualidade de vida, são termos que passaram a fazer parte das preocupações gerais e do quotidiano. Da mesma forma que o termo sustentabilidade para os agentes intervenientes na gestão dos sistemas e percursos dos países.

Várias entidades internacionais enveredam pelo conceito desenvolvimento sustentável para indicar a nova filosofia do desenvolvimento que combina eficiência económica com justiça social e prudência ecológica.

O ordenamento urbano, a arquitectura, os hábitos de vida em nenhum modo tem contribuído de forma positiva para aquilo que se poderia chamar a harmonia e beleza estética da Cidade, que tem vindo a ficar de forma crescente mais cinzenta e “rectilínea”.

As Hortas-jardim em varandas, terraços e marquises são parte da paisagem urbana em muitas cidades do mundo, desde a Europa à América latina. Em Portugal não existem propriamente ditas, sendo o mais tradicional, no caso de Lisboa, a floreira com gerânios ou sardinheiras. No entanto e recentemente, tem vindo a ser um factor de crescente interesse pela população em geral


A varanda com vegetação

A varanda sem vegetação



As hortas verticais são multifuncionais e podem de imediato ter dois tipos de benefícios.

2. Benefícios para a comunidade pela prática

2.1. Permitem práticas sustentáveis que condicionam o microclima e o equilíbrio ecológico nas cidades, juntamente com todas as outras áreas verdes existentes e se em profusão, aumentam significativamente a área verde total da cidade.

2.2. É muito fácil ver a inegável vantagem estética para os edifícios urbanos pelo que se apresenta aqui uma varanda com e sem, e no contexto geral do prédio. Esta questão estética pode ter duas vantagens incontornáveis

2.3. Pelo factor turismo, uma mais-valia crescente para a actividade económica da cidade

2.3.1. Para a população, pois uma envolvência mais suave e bonita também proporciona um estado de espírito mais optimista, positivo e construtivo

2.3.2. A sanidade do lar, uma vez que a existência de barreiras vegetais nas janelas das casas funcionam como um filtro para os gases e sobretudo as poeiras em suspensão provocadas pelo tráfego automóvel.

2.4. Beneficiação da biodiversidade através do incentivo ao continuo vegetal, o que permite a transição de espécies selvagens dos jardins para outros e fornecimento de alimento, pela fixação de insectos. Beneficio para abelhas e mariposas diurnas e nocturnas que por sua vez servem de sustento a espécies de aves, morcegos etc.


3. Benefícios individuais para os aderentes da iniciativa

3.1. As pessoas envolvidas no projecto alimentam-se melhor dado terem à sua disposição mais produtos vegetais e de melhor qualidade (mais frescos e menos poluídos), para além de terem uma vida mais activa, daí que em termos sociais faz parte da promoção da saúde preventiva. Funcionam também como um complemento ao orçamento familiar. Embelezamento das fachadas dos prédios e por conseguinte do visual da cidade no seu todo.

3.2. Adopção de uma postura mais sustentável, menos consumista e mais consciente Contacto com a natureza e incorporação dos ciclos de vida equilibrando o Biorritmo

3.3. Benefícios de uma actividade de exercício físico (média de 7 quilo-calorias hora) e a sua carga positiva de endorfinas até ao contacto físico com o solo, a água e as plantas etc.

3.4. Integração entre orgânico e inorgânico, sendo que a nível mais profundo está directamente ligada a uma pacificação em relação ao medo da morte que tão presente se encontra no inconsciente individual e colectivo. Através da naturalidade com que os processos de decomposição e de criação de vida são expostos e experienciados, as crianças e adultos contactam com esta realidade de uma forma desdramatizada.

3.5. Efeito terapêutico porque Descontraí e relaxa os participantes, que apreendem a relação entre trabalho físico e mental e divertimento simultaneamente objectivos para Lisboa
4. Metodologia

4.1. Estes espaços verdes são geridos privadamente, de uma forma sustentável quer em termos ambientais quer em termos económicos, dado serem espaços cuja concepção e execução é barata sendo que também a sua manutenção não possui custos adicionais públicos.Em termos da autarquia, câmara através das freguesias, somente tem que facultar dois factores para assegurar uma maior adesão.

4.2. Apoio logístico através do fornecimento de floreiras e estruturas suporte e apoio para a instalação dos sistemas (o que também pode ser um factor de dinamização social (através de colocação de desempregados, reformados ou outros grupos para os quais seja necessário criar actividades produtivas) a construir ou adaptar materiais e equipamentos para essa função (aqui sugere-se também mais um elemento que será a redução de resíduos para aterros sanitários pois muitas mobílias, recipientes etc., com uma simples intervenção de reparação ou remodelação estética pode ser aproveitado para este fim)

4.3. Fornecimento de substrato resultante de compostagem. O que pode ser mais um sub-projecto, uma vez que das áreas verdes públicas e privadas resultam imensos resíduos que podem ser compostados (a isto podemos também juntar todo o material vegetal procedente de “fábricas de comida” que fornecem as escolas publicas, cantinas etc.

4.4. Oferta de formação, através de realização regular de acções de formação para a população, para que se sintam desbloqueados e mais estimulados a iniciar e manter a iniciativa.
6. Regulamento a elaborar e que deverá incluir:


6.1. Regras de inclusão dos intervenientes no projecto

6.2. Regras de manuseamento dos factores de produção e sobre o modo de produção adoptado

6.3. Regras sobre que tipo de estruturas e material vegetal poderão ser utilizados neste projecto.

6.4. Manual de boas práticas

6.5. Formação e esclarecimento

7. Calendarização

7.1. A divulgação

7.2. O cumprimento dos objectivos planeados

7.3. O timing e a ordem certa das operações

7.4. A resolução dos problemas através de acompanhamento técnico

7.5. A integração de técnicas sustentáveis na sua execução.

7.6. Mais informação sobre possibilidades e iniciativas neste contexto

Direitos reservados de conceito e autoria :"Cultivar Biodiversidade"


Sem comentários: