Hortas dos Anjos
Actualmente, a inter-relação do homem com a natureza assume na exploração dos recursos naturais a sua mais directa e importante influência.
Quando acompanhada de respeito, sensibilidade, dedicação e arte, as actividades desta índole tornam-se a forma mais eficaz de proteger o meio ambiente e a natureza, as culturas das sociedades rurais e as pessoas que as mantêm vivas.
O incentivo às práticas do desenvolvimento sustentado assume cada vez mais um papel preponderante na continuidade e manutenção de práticas e atitudes que protejam o meio ambiente natural e humano, mantendo paralelamente a capacidade de regeneração e enriquecimento dos recursos naturais.
A educação ambiental actual estrutura-se em torno do objectivo global da biodiversidade e sustentabilidade. Esse objectivo é a sua razão de ser, que jamais deverá ser esquecida. O encontrar novos caminhos de relação com os sistemas vivos, que não comprometa a capacidade de sustentação da vida sobre a Terra
Neste sentido convém salientar que o desenvolvimento sustentável é um caminho onde se procura equilibrar três grandes sistemas: o ecológico, o social e o económico. Assim, uma educação promotora dum tal desenvolvimento terá de abarcar o conhecimento, a reflexão e a prática que permitam equilibrar estes três componentes da vida humana no tempo. Neste contexto de designação convencional, permito-me aqui acrescentar o elemento humanista propriamente dito, pelo estímulo e valorização assumidos das características mais intrinsecamente humanas, dos afectos, das sensibilidades e da criatividade.
Num contexto puramente de uma grande cidade em que os referidos ecossistemas naturais se encontram a razoáveis distâncias de deslocação, as quintas pedagógicas assumem um contexto de relevância fundamental para o contacto directo da população com as dinâmicas e valores naturais no seu quotidiano comum.
Nesta abordagem, as quintas pedagógicas, são um meio especialmente privilegiado para a sensibilização e divulgação da reaproximação da natureza junto das populações urbanas.
A missão das quintas pedagógicas nas grandes cidades nunca foi mais importante do que hoje. O grande desafio para o século XXI é aproveitar o conhecimento da diversidade biológica da terra e como dá forma aos sistemas do ambiente global de que toda a vida depende. Este conhecimento é crítico à ciência e à sociedade - para controlar recursos naturais, para sustentar a saúde humana, para assegurar a estabilidade económica, e para melhorar a qualidade da vida humana.
A necessidade urgente para este conhecimento diário aumenta na proporção que a conversão de sistemas naturais aos sistemas humano-controlados acelera o declínio da diversidade biológica. Na taxa actual de extinção das espécies, a ciência da biodiversidade tem aproximadamente 20 anos ou menos para responder a este desafio.
Fornecer ao público algo que os livros e a tecnologia não podem oferecer - aprendizagem experiencial. Se nós podemos projectar as maneiras para que crianças e os adultos conectem directamente com a natureza e os sistemas vivos, integrando essa experiência na atitude, estaremos a educar a geração seguinte, que verão ambientes sustentáveis mais como um ponto de partida do que uma mera possibilidade.
A quinta pedagógica
Nas quintas pedagógicas as crianças conhecem e contactam os vários tipos de animais rurais e aprendem como cuidar de uma horta!
Geralmente as Quintas Pedagógicas ficam localizadas em grandes espaços verdes, e têm por objectivo, fazer com que as crianças possam ter uma oportunidade única de contacto com a natureza e as suas raízes culturais e tradição. Actualmente é muito difícil as crianças da cidade verem a natureza de perto e poderem assim tocar e vivenciar tudo. O projecto das Quintas Pedagógicas trás essa oportunidade para as crianças das freguesias circundantes, maravilharem-se com a beleza e a simplicidade da natureza.
As Quintas Pedagógicas fazem com que as crianças percebam toda a vida que se existia e ainda se vive na zona rural envolvente das cidades, mas com a vantagem de não necessitarem de grandes deslocações, algo que por vezes é difícil dado tanto as contenções orçamentais, como as disponibilidades de professores e comunidade. As tradições rurais de norte a sul de Portugal poderão estar ali retratadas, e incluindo as festividades do calendário rural português.
Nas Quintas Pedagógicas as crianças podem vivenciar todos os processos rurais e participar de lavouras, hortas e pomares, além de desenvolverem tarefas do dia-a-dia rural como cuidar dos animais domésticos, colocar a mão na terra. É uma excelente opção para os tempos livres, também com a possibilidade de organização de campos de férias activas.
Implantação
No mapa apresentado acima, sugere-se esta encosta junto à Igreja da Penha de França, como local de implantação.
Para esta mesma sugere-se a seguinte forma de estruturação do espaço, em 4 componentes principais.
1. Zonas de hortas: composta por vários talhões, cada um deles atribuídos a uma escola que irá tratar do cultivo dos mesmos, devidamente acompanhados pelos monitores.
2. Zona de animais: Em que existem alguns animais de quinta, para contacto das crianças e visitantes com os mesmos, alem destes executarem as funções complementares normais da existência de uma quinta (produção de estrume, controle de pragas agrícolas, etc).
3. Zona de actividades: com uma superfície coberta em que as crianças poderão ter actividades como tratamento de sementes, construção de ninhos artificiais, germinação, fazer pão etc.
4. Zona livre: Em que sob o conceito de “terra das crianças”, as crianças poderão brincar livremente em contacto com a natureza, numa perspectiva de descoberta e interacção criativa, construindo as suas cabanas, fazer a sua aldeia e brincar livremente da forma que entenderem (obviamente sob vigilância de monitores ou professores.
Fica aqui então apresentado este resumo de projecto e do qual sabemos existir uma larga camada da comunidade teria em que existisse para os filhos desfrutarem.
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