A cooperação no contexto G.R.A.V.S.(Grupo Raiano de Agricultura e Vida Sustentável)


No contexto do recém formado GRAVS,  foi este sábado, 22 de Junho 2013, organizada mais uma reunião regular entre os participantes envolvidos nesta iniciativa.
Com se vem tornando uma prática regular, fazemos uma reunião de actualização, coordenação e assuntos vários que vão surgindo.
Paralelamente, estas reuniões mensais, que são rotativas entre os espaços ou quintas dos envolvidos, pretende-se sempre existir uma actividade organizada no contexto de "Permablitz" ou "Ajudada".
desta vez calhou na quinta do vale Parais, da Anja Flier e Joseph Scheirber, que para alem de horticultura, organizam passeios a cavalo, usando os especiais "amigos" desta espécie que treinam de modo particular desde há 20 anos. estes cavalos são particularmente doceis e interactivos, particularmente bom para pessoas sem experiencia e que pretendam fazer os primeiros contactos com equinos.

Na Ajudada deste dia estivemos todos a´recolher e empilhar fardos de feno  que irão alimentar os cavalos do Inverno. Trabalho duro pelo sol forte, mas muito gratificante, pela energia de grupo e  contacto na forma ancestral com o campo e as actividades ancestrais.

Tudo terminado com um belo almoço com produtos da horta e agradável convívio.

Gratos à Anja por esta oportunidade

A produção de Horticolas "à séria" no Centro Convergência da Raia

Inspirados pelo conceito de soberania alimentar (http://cultivarbiodiversidade.blogspot.pt/2012/09/conceito-de-soberania-alimentar.html ) e seguindo os princípios, métodos e ética da Permacultura (http://cultivarbiodiversidade.blogspot.pt/2011/12/principios-de-acao-em-permacultura-por.html), Em Idanha-a-Nova, no interior profundo do pais, um grupo de pessoas decidiu lançar-se para a aventura de contribuir para a alimentação do mundo, com respeito pela Natureza, pela saúde dos consumidores e  valorização pelo prazer da alimentação e qualidade genuína dos alimentos.

Com base em várias solicitações para Lisboa( http://www.bem-me-quer.pt/index.htmlhttps://www.facebook.com/CozinhaPopularDaMouraria?fref=ts); uma pessoa individual que se propõe a fazer entregas de cabazes ao domicilio e outras iniciativas, para já localizadas, e juntando a isto a interferência e sensibilização nos mercados locais (Castelo branco e Idanha), também a parceria com o acontecimento regular do Festival Boom e outras possibilidades ainda a explorar, deram-nos forças e solidez em enveredar pela produção de hortícolas numa escala mais vasta, saltando o degrau da auto-suficiência. 


Estes "clientes" encomendam especificamente as suas necessidades e preferencias do seu público, incentivando aos mesmos a visitarem e conhecerem quem os alimenta e como o faz, numa relação directa de consumo de proximidade.

Esta mesma iniciativa servirá igualmente como base para a realização de cursos e incentivo a outros para o fazerem de igual modo.


Ainda acumulando funções no espaço, e aproveitando a existência de instalações  para receber pessoas no pressuposto de turismo responsável (link a colocar), permitirá aos visitantes temporários aprender a plantar, ou apanhar da terra os próprios alimentos que consumem na estadia, numa verdadeira e directa relação com a terra e sua fertilidade e generosidade.

Para os consumidores distantes, existirá regularmente informação visual de como cresce o seu alimento e o convite permanente a visitar o local, para conhecer e inclusive participar (ainda que por curto espaço) na produção dos seus super vegetais, qual "Farmville" real.

Este conceito só faz sentido no contexto de ser participativo e envolver todos os participantes, numa espiral comum de crescimento conjunto. Natureza, produtores, facilitadores na distribuição e consumidores.


Estão convidados e sejam bem vindos ao Novo Mundo que se vai construindo por aí

Turismo Responsável

Turismo Responsável

Definições e Princípios
O que é o Turismo Sustentável?
Turismo sustentável ou responsável tem sido frequentemente assimilada por muitos com o ecoturismo ou turismo de base comunitária. Depois de mais de uma década desde que o conceito de turismo sustentável / responsável realmente surgiu, agora é entendido que todas as formas de turismo em todos os destinos precisam se tornar mais sustentável. Nos primeiros anos, o foco foi principalmente na sustentabilidade ambiental, é agora mais amplamente entendido que os pilares social e cultural de sustentabilidade precisam ser abordadas concomitantemente para alcançar qualquer sucesso para a sustentabilidade e lucro a longo prazo para todos os stakeholders. O elemento social, sendo cada vez mais reconhecido como o pilar fundamental que permite a proteção ambiental e cultural a longo prazo.

Qual é a diferença entre o turismo sustentável e responsável?
Não há nenhuma diferença real, mas nós preferimos usar o termo "responsável", como sublinha a necessidade de que todos, fornecedores, bem como turistas estão a ser cometidas; Além disso, para muitos, o termo "sustentabilidade" na maior parte refere-se ao apoio financeiro e / ou ambiental sustentabilidade, muitas vezes deixando de lado o elemento social, ao passo que o termo "responsável" fornece uma dimensão humana.
De acordo com a Declaração da Cidade do Cabo (2002), desenvolvido de forma participativa a partir de iniciativa do Centro Internacional de Turismo Responsável, turismo responsável:
1.     minimiza os impactos econômicos, ambientais e sociais negativos;
2.     gera maiores benefícios econômicos para a população local e melhora o bem-estar das comunidades anfitriãs, melhora as condições de trabalho e de acesso para a indústria;
3.     envolve as populações locais nas decisões que afetam suas vidas e oportunidades de vida;
4.     faz contribuições positivas para a conservação do património natural e cultural, para a manutenção da diversidade do mundo;
5.     proporciona experiências mais agradáveis ​​para os turistas através de conexões mais significativas com a população local, e uma maior compreensão das questões culturais, sociais e ambientais locais;
6.     fornece acesso para as pessoas portadoras de deficiência, e
7.     é culturalmente sensível, gera respeito entre turistas e anfitriões, e constrói orgulho e confiança locais
Turismo Responsável não é um produto, é uma abordagem e um que pode ser adotado por viajantes e turistas, operadores turísticos, hospedagem e prestadores de transportes, gestores de atração de visitantes, as autoridades de planejamento, os governos nacionais, regionais / provinciais e locais. É necessária uma abordagem integrada, envolvendo muitas partes interessadas, em qualquer lugar ou espaço que atrai turistas.
O turismo sustentável tem sido reconhecida pelas Nações Unidas como uma poderosa ferramenta para a redução da pobreza que pode contribuir significativamente para a realização dos ODM, por causa das características específicas que fazem do turismo um setor exclusivo de atividade. As razões pelas quais o turismo pode contribuir significativamente para a redução da pobreza são de que o turismo é:
• na origem da maior transferência de riqueza nunca dos ricos para os países pobres
• o maior fornecedor de moeda estrangeira de muitos LDC
• agora a indústria de maior do mundo (1 $ tln / ano e 6% do emprego global),
• o setor de crescimento mais tremendo dos últimos 50 anos, além disso, é um setor muito resistente, como por exemplo, em 2009 o turismo registou um decréscimo de 6% das receitas em comparação com 12% para o comércio em geral.
• ele impulsionar empreendimentos do setor privado e atinge partes da economia que outras atividades não; maioria dos postos de trabalho nas PME, áreas rurais, forte efeito multiplicador (até 4x) turismo impulsiona outros setores como os transportes, artesanato, agricultura, serviços, etc
• é consumida no local de produção, para que as pessoas locais têm acesso ao mercado mais fácil do que em outras indústrias e mais chance de se beneficiar diretamente, para gerenciar e controlar algumas operações, as pequenas empresas.
• Pode evitar o êxodo rural, incentivar a preservação das tradições culturais, de património natural, reavivar o orgulho dos mais pobres em suas tradições e costumes locais
• Trata-se de trabalho intensivo (2 ª maior empregadora do mundo) e permitir a criação de uma infinidade de trabalhos muito acessíveis para as mulheres, desfavorecidos, jovens.
Ecoturismo , CBT são apenas alguns exemplos de produtos turísticos sustentáveis, que exemplificam a capacidade do turismo para aliviar a pobreza por meio da participação das comunidades locais. Mas o turismo vai se tornar uma poderosa ferramenta real para a redução da pobreza quando os princípios do turismo sustentável / responsável são aplicadas a todas as formas de turismo, incluindo o turismo de massa, que pode oferece muitos empregos e iniciar a criação de empresas através da prestação de bens e serviços por parte dos pobres ou empresas locais empregam os pobres. Ao mesmo tempo o turismo de massa também pode aplicar muitos dos princípios de turismo responsável, a fim de mitigar os seus atuais impactos negativos ambientais e culturais.

Há muitas definições esclarecendo que o turismo sustentável é, selecionamos aqueles que são os mais universalmente reconhecido.
OMT apresenta a seguinte definição concisa, enquanto Declaração da Cidade do Cabo (agosto de 2002) sobre o turismo responsável vai para uma explicação mais completa e detalhada dos princípios orientadores da responsabilidade econômica, social e ambiental.  A declaração de Kerala (Março de 2008) centra-se no processo e abordagens para a implementação, fornece recomendações para a ação, a fim de alcançar um turismo responsável nos destinos.

Definição conceitual OMT 2004

"Diretrizes de desenvolvimento do turismo sustentável e práticas de gestão são aplicáveis ​​a todas as formas de turismo em todos os tipos de destinos , incluindo o turismo de massa e os diversos segmentos do turismo de nicho. Princípios de sustentabilidade referem-se aos aspectos ambientais, econômicos e sócio-cultural do desenvolvimento do turismo, e um equilíbrio adequado deve ser estabelecido entre estas três dimensões para garantir a sua sustentabilidade a longo prazo.
Assim, o turismo sustentável deve:
1) Faça uma utilização optimizada dos recursos ambientais que constituem um elemento-chave no desenvolvimento do turismo, mantendo os processos ecológicos essenciais e ajudando a conservar o património natural e da biodiversidade.
2) Respeitar a autenticidade sócio-cultural das comunidades de acolhimento , conservar o seu património edificado e cultural de vida e os valores tradicionais, e contribuir para a compreensão e tolerância inter-cultural.
3) Certifique-se de operações económicas viáveis ​​a longo prazo, proporcionando benefícios socioeconômicos para todos os interessados ​​que estão bastante distribuídos, incluindo o emprego estável e oportunidades de geração de renda e serviços sociais às comunidades anfitriãs, e contribuindo para a redução da pobreza.

Desenvolvimento do turismo sustentável requer a participação informada de todos os interessados, bem como uma forte liderança política para garantir ampla participação e consenso. Alcançar o turismo sustentável é um processo contínuo e requer monitoramento constante dos impactos , introduzindo as necessárias medidas preventivas e / ou medidas corretivas sempre que necessário. O turismo sustentável deve também manter um alto nível de satisfação do turista e garantir uma experiência significativa para os turistas, aumentando sua consciência sobre as questões de sustentabilidade e promover práticas de turismo sustentável entre eles. "

O valor ecológico das matas ripicolas

O Valor das matas ripícolas
Ribeiros ou rios são áreas ribeirinhas, e as formações florestais que crescem lá são chamados de mata ribeirinha. A vegetação ripícola é extremamente importante, por causa das muitas funções que serve.

Estabilização e proteção da qualidade da água
As raízes das árvores e arbustos ribeirinhos ajudam a segurar os solos das margens no lugar, evitando a erosão. Para alem de também capturarem os sedimentos e poluentes, ajudando a manter a água limpa.

Suporte da cadeia alimentar
Os peixes de rio alimentam-se de insetos, principalmente aquáticos. Estes passam a maior parte de sua vida na água alimentando-se de folhas e material lenhoso, como troncos, tocos e galhos que caem na água a partir das margens. A mata ribeirinha é também habitat para outros insetos, que por vezes caem na água, proporcionando uma outra fonte de alimento para os peixes ou insectos aquáticos.
Protecção térmica
Nesta região, de verão e inverno, a vegetação de ribeiros e rios suportam temperaturas extremas que podem ser prejudiciais, ou mesmo fatal, para os peixes e outros organismos aquáticos. A cobertura de folhas e galhos traz sombra acolhedora, garantindo que a temperatura da corrente permanece fresca no verão e moderada no inverno. Assim, ribeiros sombreados têm menos algas e são capazes de manter mais oxigênio dissolvido, que os peixes precisam para respirar.

Controle de inundações
Durante os fluxos elevados de Inverno, estas matas diminuem e dissipam as enchentes. Isso evita a erosão que danifica áreas de desova de peixes e habitats de insetos aquáticos, e também de estragos em zonas de ocupação e actividades humanas.

Habitat
As árvores desenraizadas caem na água, os troncos, redes de raízes e ramos diminuem o fluxo de água. Estes obstáculos criam habitat para peixes, formando piscinas, correntes e criando locais com condições de especial apetência para muitas espécies.

A maioria das espécies de animais selvagens terrestres utiliza as áreas ribeirinhas durante parte do seu ciclo de vida, especialmente numa região quente e seca como a Beira baixa. A vegetação ripicula fornece comida, abrigo, e esconderijos para esses animais.

A vegetação ripicula é essencial para manter a alta qualidade da água natural. No entanto, permanece relativamente desprotegida de más práticas agrícolas, da construção imobiliária, comercial, e do ordenamento da paisagem. Em reconhecimento a isso, existem leis que exigem a sua preservação em cursos de água, zonas húmidas, e outras áreas sensíveis, a fim de proteger a qualidade da água e valor de habitat dessas áreas. 

Nesta região está actualmente a ser trabalhada uma proposta para apresentação a autoridades locais, no sentido de uma efectiva protecção e sensibilização deste recurso natural, envolvendo as populações locais.

Floresta mediterrânica: Hotspots de Biodiversidade em vias de extinção





Floresta mediterrânica: Hotspots de Biodiversidade em vias de extinção

A zona do Mediterrâneo foi identificada pelo WWF como uma das mais importantes, do ponto de vista ambiental, pela sua biodiversidade excepcional. As florestas mediterrânicas são lar de 25000 espécies de plantas, o que representa 10% das Angiospérmicas em apenas 1,6% da superfície da Terra. Estas florestas são também lar de espécies emblemáticas como o lince ibérico ou a águia de Bonelli.



Portugal, no contexto europeu, é considerado um país rico e diversificado em flora e fauna. Além das espécies tipicamente atlânticas, pode encontrar-se aqui um grande número de espécies de origem mediterrânica. Possui, para além disso, um elevado número de endemismos, assim como espécies consideradas como relíquias do ponto de vista genético e/ou biogeográfico. Para além da sua origem natural (Portugal encontra-se na convergência três regiões biogeográficas, com influências atlânticas e mediterrâneas) mas também os séculos de actividade humana que facultou condições ecológicas para uma evolução harmoniosa.
Actualmente, o fogo é a maior ameaça natural às florestas mediterrânicas, destruindo mais árvores que pragas, tempestades, terramotos, inundações, etc. Todos os anos mais de 50 mil fogos queimam cerca de 800 mil hectares de floresta mediterrânica, o equivalente a 1,7% da sua área total. Todos os países mediterrânicos da União Europeia têm sido atingidos por este problema, mas em Portugal a área ardida média anual mais que quadruplicou desde os anos 60 do século XX.  
Como resultado da intensificação dos fogos florestais, a capacidade dos ecossistemas mediterrânicos para recuperar naturalmente está muito reduzida, estando vastas áreas afectadas por perdas de biodiversidade, erosão do solo e escassez de água, pois o desaparecimento das florestas conduz, eventualmente, à desertificação.
Com este panorama sombrio, resta em Portugal uma (solitária) mancha florestal representativa do coberto natural da zona mediterrânica, o Parque Natural da Serra da Arrábida. Zona única a nível mundial, a Arrábida foi a primeira área a receber protecção do estado em resultado da luta contra as pedreiras, contra as estradas, contra a construção ilegal, contra tudo o que ainda hoje permanece...
Ao contrário do que acontece noutras zonas do mundo, onde uma percentagem elevada dos fogos têm origem natural (geralmente relâmpagos), em Portugal (e nos outros países mediterrânicos) há uma predominância de fogos com origem humana. Os fogos naturais representam apenas entre 1 e 5% do total registado. 
Entre as causas conhecidas, a grande maioria dos fogos são involuntários (negligencia ou acidente) e directamente associados às práticas agrícolas e silvícolas, logo com origem em habitantes locais e só muito  raramente em turistas.  
Espantosamente, o aumento do número de fogos florestais está directamente relacionado com a melhoria das condições de vida das populações. As rápidas transformações económico-sociais que têm vindo a ocorrer levam a uma concentração da população nas cidades, à redução acentuada do crescimento populacional, abandono das terras aráveis e a um desinteresse pelos recursos florestais como fonte de energia. Por todos estes motivos, assiste-se a um aumento das zonas de baldio e a um desaparecimento das populações com um sentimento de responsabilidade pela floresta.

Causas para os fogos florestais em Portugal

Surge, assim, uma série de situações com consequências trágicas para as florestas mediterrânicas:
  • perda da ligação directa entre o Homem e o seu ambiente – o desaparecimento das comunidades rurais e a falta de incentivos económicos levou à perda do conhecimento para conter os pequenos fogos florestais, que rapidamente podem sair do controlo. Pelo contrário, as antigas práticas agrícolas associadas ao pastoreio, agricultura e caça permaneceram, mas agora com resultados desastrosos devido ao aumento de biomassa seca e ao abandono rural;
  • redução do valor da madeira – com o colapso da economia rural, os donos das propriedades começaram a pressionar as autoridades locais para obter licenças de urbanização, rentabilizando assim as suas terras. O fogo também permite estimular o mercado madeireiro, pois as árvores queimadas têm que ser rapidamente abatidas e podem ser vendidas a preço inferior;
  • falta de compensações económicas – os donos das terras não vêem o seu papel na conservação da floresta reconhecido, tendo frequentemente que arcar com os custos adicionais de manutenção sem qualquer apoio estatal;
  • turismo – o desenvolvimento do turismo de massas e do aumento de casas de férias leva a um aumento sazonal da presença humana na floresta. Esta situação agrava-se com a construção de estradas, permitindo fácil acesso a zonas antes remotas e dificultando a vigilância.

    Gestão sustentada: o futuro da floresta

    Os fogos florestais destroem as camadas superficiais do solo, alterando as taxas de infiltração das águas da chuva e impedindo a acumulação de água. As camadas férteis, ricas em matéria orgânica, degradam-se após o incêndio, sendo facilmente arrastadas pelas chuvas, o que para além de desertificar as áreas ardidas vai causar sérios problemas a nível da qualidade da água em rios e albufeiras.
    Em Portugal, a água de abastecimento público provém em grande parte de grandes albufeiras como Castelo de Bode, rodeadas todos os anos por alguns dos maiores incêndios, logo em risco devido à erosão das encostas adjacentes.
    Também na qualidade do ar o impacto dos grandes incêndios florestais é importante. Para além da acumulação de monóxido de carbono e partículas nas zonas afectadas, surge a questão da emissão de dióxido de carbono para a atmosfera.
    O aumento da concentração de dióxido de carbono, o principal gás de efeito de estufa, é o responsável pelas alterações climáticas responsáveis pelas condições extremas a que, cada vez mais, vamos assistindo: ondas de calor, secas extremas, inundações, tufões, etc.
    No quadro do Protocolo de Quioto, de que Portugal é signatário, as nossas emissões de CO2 para o período de 1990 a 2010 não podem aumentar mais que 27% e já em 2001 se atingiu um aumento de 36,5%. Sabendo-se que as florestas são um importante sumidouro de CO2, surge-nos um problema duplo com o seu desaparecimento pois teremos que arranjar outras formas para fazer desaparecer os 4% de CO2 que permanecerão na atmosfera.  

Inicio do Projecto para Centro de Convergência da Raia

Projecto para a implementação do Centro de convergência em transição e Permacultura - “Cultivar”
(Este projecto é apresentado neste formato quase integral e é permitido a replicação do mesmo em outras iniciativas, pleo que pedimos apenas e somente por questões éticas, que nos façam chegar o vosso pedido e façam as devidas referências)

A Educação ambiental actual estrutura-se em torno do objectivo global da biodiversidade e sustentabilidade. Esse objectivo é a sua razão de ser que não deverá ser esquecida. O de encontrar novos caminhos de relação com os sistemas vivos, que não comprometa a capacidade de regeneração e sustentação da vida sobre a Terra.

Neste sentido convém salientar que o desenvolvimento sustentável é um caminho onde se procura equilibrar três grandes sistemas: o ecológico, o social e o económico. 

Assim, uma educação promotora dum tal desenvolvimento terá de abarcar o conhecimento, a reflexão e a prática que permitam equilibrar estes três componentes da vida humana no tempo.

Assim e num contexto das actuais realidades sociais e culturais, é fundamental fornecer ao público algo que os livros e a tecnologia não podem – a aprendizagem experiencial. Se conseguimos projectar os modelos para que crianças e adultos conectem directamente com a natureza e os sistemas vivos, integrando essa experiência na atitude, estaremos a educar a geração actual e seguinte, que encaram ambientes sustentáveis mais como um ponto de partida do que uma mera possibilidade.

O LOCAL

Espaço de convergência CULTIVAR, na Quinta dos Salgueiros, Idanha-a-Nova onde se pretende sobretudo educar e criar envolvimento para a sustentabilidade, consciência e afectividade ao mundo Natural

“CULTIVAR BIODIVERSIDADE”: (Actividades na Natureza)
Actividades de divulgação, promoção e experimentação em modelos de gestão de recursos, no contexto da agricultura tradicional, auto-suficiência e Permacultura através da produção de vários cursos, campos de trabalho e oficinas práticas nos contextos temáticos seguintes

“CULTIVAR RAIZES” (actividades com idosos)
Com uma população maioritariamente idosa e pouco valorizada, as iniciativas neste contexto pretendem valorizar e integrar a população idosa, pela partilha da sabedoria e conhecimento ancestral, assim como torná-los membros participativos em várias iniciativas.

“CULTIVAR FOLHAS” (Actividades sociais)
Criação do grupo de Transição Idanha a nova e castelo branco

“CULTIVAR SEMENTES”(actividades crianças)
Terra das crianças
Um espaço de características especiais onde as crianças são livres  adultos não entram nem interferem. Nesta zona estarão sempre disponíveis uma oficina e materiais, espaços para jogos e situações de cenários naturais. Aqui a criança pode brincar livre, sem orientações descobrindo e explorando o meio e materiais sem interferências estimulando a autonomia, a criatividade, a auto estima e o sentido de afecto pela Natureza.

“CULTIVAR FLORES” 
actividades artísticas e culturais
Neste circuito ir-se-á promover a arte, cultura e criatividade, aplicadas aos temas antes referidos através de exposições itinerantes, espetáculos de teatro, musica e dança, land art, escultura, artesanatos, apresentação de filmes e documentários, etc
Este projecto será desenvolvido em parceria com o centro cultural raiano e outros organismos regionais a contactar.

“CULTIVAR ALMA”
Actividades de desenvolvimento pessoal, saúde e bem-estar
Conjunto de actividades vocacionadas para o público em geral e que tem como essência principal, a prática em grupo de varias disciplinas de auto-conhecimento e de terapias comportamentais e interiores.
Estas actividades ou iniciativas irão sendo dinâmicas de acordo com as pessoas que estiverem activas no processo.

O ESPAÇO FISICO  
O espaço pensado, pretendido e considerado será a quinta dos salgueiros, de 4 hectares cultiváveis, com floresta ripicula, árvores de frutos, varias pequenas lagoas e uma parte de floresta jovem. O espaço dispões também de algumas instalações construídas e situa-se a cerca 4 kilómetros de Idanha a nova. Na zona de regadio da campina de Idanha.

Temas a desenvolver ao longo do ano.
A fauna
A flora (no conceito que cada criança de 10 anos deveria conhecer pelo menos 100 plantas e seus usos)
Os habitats
A floresta
Jardinagem ecológica
Agua (como recurso e como habitat)
Energias
Solos
Astronomia e ciclos naturais
A construção sustentável
Upcycling - reutilização de objectos em criação de novas peças através do conceito de design
Reciclagem
Hortas ecológicas.
Pequenas construções ecológicas/artísticas e abrigos para fauna em quintais urbanos
Construção de instrumentos musicais em reciclagem
Marionetas em reciclagem
Construção de maquetas/paisagem com resíduos.
O consumo sustentável
A mobilidade sustentável
As relações sociais humanas de cooperação
As ONG e movimentos de cidadania como ferramentas de mudança
O Design como ferramenta de soluções
A ética cívica e ambiental

Iniciativas previstas

  • Produção de todo um programa de actividades multidisciplinares e interligadas, desenvolvidas com o objectivo principal de criar nos utilizadores e/ou visitantes, a sensação de contacto com uma cultura ainda viva que na sua dinamização e apresentação, privilegia a relação de respeito e afectividade entre natureza e humanidade. A sensibilização e educação para o ambiente e sustentabilidade.
  • Estimulo da criatividade, numa perspectiva de interacção, de modo a conseguir a valorização, promoção e sensibilização para estes três factores, e também para o que são as nossas raízes culturais.
  • Fortalecimento da consciência crítica do indivíduo e em consequência da sua atitude participativa na sociedade
  • Divulgar as temáticas ambientais da actualidade, disponibilizando informação, recursos educativos e actividades aos visitantes, incrementando a sua literacia ambiental;
  • Envolver a comunidade num processo de reflexão participada e consciente sobre os problemas ambientais locais e respectiva proposta de soluções, rumo ao exercício de uma cidadania efectiva;
  • Promover a aquisição de novos valores, atitudes e comportamentos face ao meio envolvente e o desenvolvimento de competências ambientais;
  • Incentivar a adopção de estilos de vida mais saudáveis e padrões de consumo mais sustentáveis, promovendo o aumento da qualidade de vida.
  • Valorização dos idosos como elementos de transmissão de valores e conhecimentos na sociedade
  • Actividades lúdicas e de integração social numa perspectiva de envelhecimento activo através de abertura de participação deste sector nas iniciativas gerais da quinta, quer como utentes quer como formadores e monitores
  • Relação intergeracional- No privilegiar o contacto dos idosos com as gerações mais jovens, numa partilha saudável e enriquecedora de conhecimentos, experiencias de vida e atitudes
  • Promoção e reabilitação de actividades tradicionais que em muitas situações têm em idosos os últimos redutos de conhecimento e experiencia antes de passarem a tema exclusivo dos museus. Os idosos e sua grande experiencia e mestria em muitas actividades de artes e ofícios antigos, serão encarados como formadores e monitores em curos e campos de férias para crianças assim como outras iniciativas abertas ao publico em geral
  • Este projecto será desenvolvido em parceria com a santa casas da misericórdia de Idanha a nova
  • Centro para iniciativas e encontros para estes movimento local, onde serão organizadas actividades do grupo e abertas á população nos contextos da sustentabilidade, auto-suficiência e promoção e valorização da resiliência a situações de constrangimento social, ambiental e económico.
  • Palestras
  • Agricultura e ecologia. Debate dos novos modelos e formas de fazer e estar na agricultura e produção de alimentos, a sua viabilidade como modelo de exploração, realização pessoal e benefícios ambientais
  • Sustentabilidade. O grande desafio do nosso milénio e da sobrevivência enquanto espécie. Os paradigmas, os problemas, mas principalmente as soluções, tanto na escala global como na escala individual de cada um.
  • Educação: A importância primeira da educação como formação de novas atitudes, posturas, sensibilidades e sobretudo, capacidades para os desafios a uma escala global, mas que partem inevitavelmente de cada individuo.

  • Oficinas e campos de férias
  • As mãos na terra. Ateliês e workshops de agricultura biológica e formas saudáveis de viver e tratar a terra, confecção de alimentos, etc.
  • Sabedoria dos povos da floresta A biologia, magia, terapia e tradições da floresta. Várias actividades (artesanatos vários, construção rústica, Pintura, escultura, etc.)
  • Sabedoria das árvores. Fomentar o respeito e alimentar o fascínio pelas árvores na natureza e também nas hortas e jardins da cidade, através do conhecimento, admiração, protecção e fomento).
  • As artes dos avós: divulgação e prática de muitas actividades tradicionais apresentadas pelos próprios idosos da região, quer através da prática e exercício lúdico-pedagógico, quer pelo modelo das historias á roda da fogueira, onde os idosos irão contar as suas historias de como foi toda a cultura e modo de vida popular.
  • Exibição de filmes documentários que elucidam e educam os cidadãos para a sustentabilidade, a cidadania participativa, a solidariedade social e a educação das novas gerações nestes contextos.
  • Encontros pedagógicos e de debate sobre Alimentos, Energias, Saúde, Bem-estar e Habitação.
  • Listagens das necessidades, da população local.
  • Lista de conhecimentos, habilidades e profissões locais dos envolvidos, como fontes de recursos.
  • Arquivos da história oral: recuperação de informações quando todos tinha um modo de vida com menos gastos de energia.
  • Organizar workshops diversos na área: da sustentabilidade, da gestão doméstica, do ambiente, da agricultura, dos ofícios tradicionais, da educação, da cultura, da pintura, da poesia.
  • Criação da horta e sistema de produção, transformação e conservação de alimentos
  • Celebrações regulares, normalmente relacionadas com os ciclos naturais, que tem como principal fim o estreitamento de laços entre a comunidade, a partilha de alegria de viver e atitude positiva em torno de um elemento e objectivo comum: a vivencia na cidade em espaço comunitário (exemplos; festas das sementeiras e das colheitas)
  • Criação de base dados e sistema de recursos de cooperação,  relativamente a actividades de solidariedade, transportes, crianças, etc., numa perspectiva de funcionamento no conceito como banco de tempo, ou trocas de serviços.

  • A realização de encontros de toda a comunidade no distrito de Castelo Branco, em que cada um poderá apresentar e transmitir a sua arte de se exprimir, na cultura, na poesia, na filosofia, na música, no desporto, na cozinha saudável, nas actividades de desenvolvimento pessoal ( yoga, biodanza, meditação ) na organização de caminhadas, etc
  • Para actividades temáticas, oficinas, Workshops de alimentação saudável com os produtos da terra, recuperação da sabedoria dos mais idosos, incorporando-os em actividades de transmissão de valores e saberes, histórias contadas, execução de trabalhos artesanais.  
  • Considera-se a existência de um espaço de exposição e venda de produtos resultantes das actividades artesanais, dos elementos do movimento de transição, (incluindo excedentes da horta em determinadas épocas do ano, assim como conservas, compotas etc.), estes produtos excedentes poderão ser trocados por outros serviços entre os elementos do movimento de transição e outros parceiros da freguesia.
  • Instalações de Land-art (arte na natureza) em acordo com artistas conhecidos.
  • Actividades lúdicas organizadas de sensibilização ambiental ou artístico cultural, Para os quais já existem alguns contactos estabelecidos (teatro de rua, musica, etc.)
  • As hortas existentes podem ser visitadas: de forma controlada e também servir como elemento pedagógico, de aprendizagem e desenvolvimento pessoal do ponto de vista de abrir outras perspectivas e ampliar os conhecimentos para aplicar num modo de vida mais sustentável.


Férias e fins de semana na Natureza


Na região de Idanha-a-Nova, caracterizada por manter ainda paisagens e tradições ancestrais pouco alterados nos últimos 200 anos, existe uma enorme oferta de actividades e modelos recreativos de divulgação e apresentação aos visitantes, para que possam usufruir de forma confortável do património Natural e Cultural.
Aqui, com uma paisagem que se perde no horizonte, apenas a 3 quilometros da vila, situa-se a Quinta dos Salgueiros, encaixada no vale do Rio Ponsul, o maior da região, com condições para se passar uns dias, ou semanas, no perfeito e tranquilo relaxamento que estes cenários proporcionam.

Em casas simples, com todas as condições para se estar na Natureza, mas no conforto da vida moderna, equipadas com todas as condições.
Este espaço é ideal para famílias, casais ou grupos de amigos que pretendem estar tranquilos e num contexto intimo e independente.

As crianças podem jogar á bola, brincar e correr nos grandes espaços planos e abertos, podem explorar a Natureza, construir os seus abrigos ou banhar-se no tanque existente.
Os adultos podem descansar numa sombra, sem perturbação, comtemplando a vida Natural á sua volta, ou sentindo as noites debaixo de uma abóbada de estrelas.

Os amantes da vida Natural poderão observar as dezenas de espécies de pequenas aves, os Grifos que ganham altura no céu, saindo das suas escarpas ali próximo, ou as aguias que pairam no ar em busca das suas presas. Poderão até ter a sorte de encontrar uma lontra brincando no rio. Ou simplesmente ficar à noite a ouvir os rouxinóis, grilos ou o impressionante coro de rãs.

Para os mais activos, poderão intervir e aprender nas hortas em camas elevadas, a floresta de alimentos, as galinhas ou outros elementos em permacultura, que faz uma abordagem ecológica na gestão de recursos naturais e produção de alimentos.
Poderão também dar passeios de bicicleta pela região, ou passear pelas aldeias históricas ou pelos muitos circuitos temáticos existentes 

É aqui que os convidamos a vir passar os vossos dias livres ou de férias, a custos baixos, sem preocupações, como na intimidade do vosso lar.

Fauna selvagem aqui nas redondezas - Texugo

Texugo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Texugo-americano
Os Texugos são animais de pernas curtas e atarracados, de pelagem castanha ou negra, carnívoros que pertencem à família dos mustelídeos (Mustelidae, a mesma família de mamíferos e dos furões, doninhas, lontras, e muitos outros tipos de carnívoros). 
Os texugos típicos (Meles) têm pernas curtas e são corpulentos.  

O comportamento dos texugos, todos se abrigam em tocas de grandes galerias subterrâneas, vivendo em túneis. Alguns são solitários, mudando-se de casa em casa, enquanto outros são conhecidos por formarem clãs. O tamanho do clã é variável de 2 para 15. 

Os texugos são animais ferozes e protegerão os seus jovens a qualquer preço. São capazes de repelir animais muito maiores como raposas, lobos, coiotes e ursos e podem correr ou galopar em até 25–30 km por hora de curto períodos de tempo.

Na reprodução, seja quando for que se dê o acasalamento, as crias só vão nascer nos primeiros meses do ano. Isto graças à chamada implantação diferida ou retardada. Esta consiste em que após a cópula, dá-se a suspensão do desenvolvimento do embrião pois o ovo fecundado só se implanta no útero três a dez meses mais tarde.

Ao fim de um período de gestação de sete semanas, é normal cada ninhada ser de uma a cinco crias (três, em regra) que ficam na toca até às oito semanas. Nascem habitualmente entre Janeiro e Abril e, como acontece com todos os mamíferos, os cuidados parentais ficam por conta da fêmea, que cuida dos jovens até ao primeiro Outono e, por vezes, até ao primeiro Inverno. Os machos atingem a maturidade sexual entre 1 e 2 anos de idades e as fêmeas entre 12 e 15 meses. O texugo pode viver até aos 14 anos no estado selvagem e até aos 16 anos em cativeiro.

Alimentam-se de pássaros que nidificam em terra (como a andorinha-das-barreiras Riparia riparia e as cortovias e calhandras), lagartos, anfíbios, animais mortos, peixe, insetos, e alguns tipos de plantas, silvestres ou horticolas. Diferentemente de muitos carnívoros que atacam de emboscada, os texugos apanham a maior parte da comida cavando. Podem cavar túneis de roedores vivem com velocidade assombrosa. Sabe-se que escondem a comida.



Fauna selvagem aqui nas redondezas - Águia-de-bonelli


Águia-de-bonelli
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águia-de-bonelli ou águia-perdigueira (Hieraaetus fasciatus ou Aquila fasciata
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Distribuição mundial
Esta ave de rapina, devido a ser uma espécie em perigo de extinção, foi classificada em Portugal com o estatuto de conservação "raro" (Livro vermelho dos vertebrados de Portugal continental) e na União Europeia com o estatuto de conservação prioritário.
Caracterização morfológica
Tem um comprimento de cerca de 60 cm e envergadura de asas de 165 cm.
Habita normalmente regiões montanhosas, onde pode ser avistada a pairar, geralmente aos pares. A sua silhueta em voo é facilmente confundida com a águia-real, mas distingue-se por ter as guias mais curtas e a cauda mais longa e direita.
São predominantemente residentes, mas alguns indivíduos migram para zonas mais quentes no inverno.
A águia-de-bonelli está presente no emblema do Portimonense, sendo também a mascote desta equipa de futebol do Algarve.
Águia de tamanho médio, com uma envergadura que varia entre o 1,5 m e 1,8 m, e com peso entre 1500 a 2400 gr. Em adulta com plumagem escura nas asas, branca na parte inferior do corpo, e com mancha branca típica no centro do dorso (bem visível por ter penas muito escuras em redor). Tem uma banda negra na extremidade da cauda. Os juvenis têm uma plumagem totalmente distinta, com asas castanho escuras e restante corpo em tons castanho amarelados, cor de mel. Progressivamente, ao longo de 4 anos, vai adquirindo os padrões da plumagem adulta. Os sexos distinguem-se sobretudo pelo tamanho, cerca de 20 cm de diferença em termos de envergadura.
Em voo, as águias-de-bonelli adultas podem confundir-se com outras aves com plumagem branca (ou claro) no ventre como a águia-calçada ou a águia-cobreira. A identificação faz-se sobretudo pela detecção do contraste entre o branco do ventre e o negro das asas, muito nítido na águia-de-bonelli, mas também pela mancha branca dorsal e observação do aspecto mais pesado do voo, planando em círculos comparativamente mais abertos e lentos.A grandes distancias a sua silhueta distingue-se da Águia-real pelo facto de ter a ponta das asas ligeiramente dobrada para baixo (contrariamente à A. real).
A águia-de-bonelli possui uma distribuição indo-africana, numa extensa área desde a Indochina, Sul da Ásia, Médio Oriente, e em África a Norte e Sul do Saara até à bacia do Mediterrâneo. No Paleárctico Ocidental encontra-se confinada à zona mediterrânica, nomeadamente na Albânia, Bulgária, Chipre, Croácia, Espanha, França, Grécia, Itália, Portugal e Turquia. A águia-de-bonelli é uma espécie protegida principalmente na Península Ibérica. Adapta-se a praticamente todos os ambiente excepto desertos e florestas serradas.
A nível Europeu tem sido assinalada uma drástica redução da população em diversas regiões nomeadamente França e na metade norte da Península Ibérica.