As florestas e a água




Nuno Leitão

As florestas têm grande influência na precipitação antes de chegar ao solo, interceptando e redistribuindo a água.

No inicio do século XX existiam várias dúvidas quando se abordava a questão da influência das florestas no ciclo de água. Dizia-se que, comparativamente com outros cobertos vegetais, as florestas eram responsáveis pelo aumento de precipitação e de humidade. Desta forma numa dada área, a remoção do coberto florestal implicaria a diminuição da precipitação e consequentemente a diminuição do caudal das linhas de água.

Em meados do século, estudos realizados em florestas temperadas permitiram verificar que parte das diminuições de precipitação associadas à remoção das florestas, deviam-se essencialmente à redução de intercepção do nevoeiro que provoca o gotejo, tendo o seu efeito directo na precipitação pouca importância (verificou-se apenas diminuições de precipitação total de cerca de 5% no máximo).
No caso da Amazónia, floresta tropical de grande área, reconhece-se a sua influência significativa na humidade da atmosfera e precipitação (30%) numa larga área de zonas adjacentes. Em zonas como na Escandinávia, a influência das florestas é pouco importante, devido aos padrões de precipitação serem essencialmente geridos pelas cadeias montanhosas que interagem com as massas de ar em movimento. Mas note-se, que as florestas não deixam de ser responsáveis pela criação de microclimas húmidos.
 A importância das florestas para a precipitação deve-se sobretudo à capacidade que estas têm de a interceptar e redistribuir.
O coberto florestal intercepta muita da precipitação, e apenas uma pequena parte desta chega à superfície do solo. Da mesma forma, a maior parte do orvalho ou da geada é acumulada pelas árvores durante a noite para evaporar na manhã seguinte. O regresso da água interceptada à atmosfera depende da capacidade do coberto para a interceptar, da energia disponível (em forma de radiação solar) para a evaporar e do movimento e humidade do ar. A evapotranspiração (evaporação da água interceptada e transpiração da água dos tecidos vegetais) nas florestas é 3 a 5 vezes superior à que se verifica em cobertos rasteiros em condições climatéricas idênticas. As florestas têm maior altura, maior rugosidade aerodinâmica portanto, e quando há movimento do ar cria-se uma atmosfera turbulenta que facilita as trocas de vapor entre as árvores a atmosfera, o que implica a maior evaporação. Por outro lado, as árvores exploram água num maior volume de solo pelo que têm maior transpiração.


A água interceptada pelas copas das árvores pode ser redistribuída também, para o solo, directamente ou por queda dos ramos e das folhas (precipitação interna) ou por escorrimento pelo tronco. A água que atinge o solo pode escorrer pela superfície ou infiltrar-se. Nos solos florestais a infiltração é normalmente rápida devido à existência de elevada porosidade e material orgânico que permite armazenar a água, o que leva a que os escorrimentos superficiais sejam curtos. Parte da água infiltrada pode ser absorvida em conjunto com nutrientes pelas raízes das árvores, e translocada para a parte aérea onde pode ser transpirada.
A água que não é evapotranspirada e não fica armazenada no solo pode ficar armazenada em lençóis freáticos ou chegar às linhas de água.
O tempo que a água leva a chegar à linha de água depende de ter sido infiltrada ou escoada. O movimento da água no solo depende da textura e estrutura deste. Um solo fino e de textura grosseira entrega rapidamente a água da precipitação às linhas de água, mesmo quando não ocorre escorrimento superficial, enquanto que um solo de textura fina, fundo ou com grandes quantidades de matéria orgânica armazena água e a chegada desta às linhas de água é retardada. A partir do momento em que a capacidade de armazenamento de água pelo solo é excedida, a contribuição para o caudal das linhas de água deixa de estar dependente das características do solo. 
Bibliografia

Kimmins, J. P. (1997). Forest Ecology. Prentice-Hall, Inc.
Fonte: http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Interessante/content/As-florestas-e-a-agua?bl=1

 As Florestas de alimentos




Um dos métodos que mais fascina no mundo da Permacultura são as florestas comestíveis ou agroflorestas deixo aqui uma entrevista com o Ernst Gotsh uma das pessoas mais entendidas do Brasil neste tema da transição das florestas.








P: Quais são as bases de sua experiência em agrofloresta?

Ernst: A participação de cada espécie na natureza sempre traz um superavit energético. A prova é a recuperação natural dos locais esgotados, que se inicia pelas espécies mais rústicas, mas sempre levando, depois de um tempo, ao aumento da biodiversidade. É a substituição da concorrência e competição fria, que causa escassez, conflito e falência por um sistema inteligente, baseado nos princípios do amor e cooperação entre as espécies. Com esta constatação, fica óbvio que é mais lucrativo enriquecer os sistemas do que explorá-los. Exploração é quase sempre insuportável.

P: Tecnicamente a agrofloresta é viável?

Ernst: Não só viável, como de menor custo e maior lucro. As técnicas tradicionais de agricultura, como o fogo, a capina e o arado são substituídas por uma convivência harmoniosa e criativa com as espécies, que cria um sinergismo lucrativo. O que regra as relações é que cada espécie aumenta a quantidade e qualidade de vida se cada uma cumprir a função prevista para ela. O homem não é inteligente, ele faz parte de um sistema inteligente. Se trabalharmos com o potencial dos sistemas, a presença humana deixa de ser inoportuna. Trata-se simplesmente de criar plantações com dinâmica parecida com os ecossistemas locais.

P: Na prática, como funciona o sistema de agrofloresta?

Ernst: Um principio é a diversidade , outro é o uso dinâmico da sucessão natural. No mesmo dia e local em que plantássemos o arroz, plantaríamos o milho, bananas, mandioca, guandu e mamão, todos em densidade como se fossem para monocultivo e árvores de todo tipo, em alta densidade, dez sementes por metro quadrado. A agrofloresta é um ser vivo, que tem relações de criadores e criados, os que tem ciclo de vida curto são criadores, como milho, feijão e mandioca. Os criados são os de ciclo longo, as árvores, por exemplo. Usamos uma estratégia revertida, principalmente em terrenos que não estão preparados. Começamos com as espécies menos exigentes, ao contrário do processo habitual, que parte da queima e uso da terra até seu esgotamento. A queimada leva a uma escala descendente de aproveitamento do solo, com plantio de espécies exigentes nos primeiros anos, um esgotamento rápido do solo e o plantio de espécies cada vez menos exigentes. Sem a queima, o processo é revertido, enriquece-se o solo com as espécies menos exigentes e inicia-se a capitalização para o plantio posterior das espécies mais exigentes.

P: A agrofloresta pode dar resposta a uma agricultura voltada para o consumo de massas?

Ernst: Sim. Uma grande empresa multinacional, há três anos, concluiu que agricultura não deve ser negócio para grandes empresas, mas para pequenos produtores, agricultura familiar. Passaram a investir em seringais consorciados em agroflorestas, com cacau, açaí e produtos de subsistência. Aliado às espécies silvestres, o homem teria muito mais oferta protéica, inclusive, do que criando bois. Sem o uso de fogo, que é uma ironia, porque resulta na expulsão da espécie humana. As pesquisas indicam que a implantação de agroflorestas não diminui a produtividade relativa de cada espécie plantada. Uma experiência na Bolívia resultou em quatro a cinco por cento menos de arroz do que se fosse em monocultivo, mas três meses depois, colheu-se o mamão, mais três meses, sem nenhum trabalho além de colher, obteve-se uma segunda colheita pequena de arroz, com um ano e dois meses veio a banana, depois a mandioca, com dois anos e pouco os primeiros cacaueiros, e com quatro anos os primeiros resultados florestais, em frutíferas e madeiras.




P: Uma mudança mais geral nos paradigmas da agricultura, na direção destes princípios agroflorestais. Você acha possível? Em quanto tempo?




Ernst: As mudanças de paradigmas são processos lentos e são favorecidos por pressões da própria natureza. No Brasil, com seus ecossistemas ricos, os riscos de colapso podem demorar, mas existem sinais claros de que chegarão. É mais gratificante ver numa agrofloresta próspera o superávit e a função humana como dispersora e não devastadora. Existem experiências centenárias, como a cafeicultura sombreada na América Central, consorciada a cítricos e diversas árvores, derrubados como obsoletos e substituídos por sistemas de monocultura. Agora teremos que fazer o caminho de volta para a natureza. De volta às matas e a um tipo de consciência que devolverá ao homem sua condição de espécie amorosa e cooperativa.

















O que é e como se inicia uma horta ecológica


O cultivo de alimentos é tipicamente visto como uma forma de arte ou trabalho duro e pesado. Não é de admirar que poucas pessoas pensem em fazê-lo num nível sério. Mas e se surgir uma técnica que seja tão fácil e tão prolífico que, mesmo o mais ocupado executivo da empresa poderá fazer crescer uma quantidade significativa dos alimentos para a família em menos tempo do que leva a deslocação aos mercados. A agricultura ecológica pode ser a resposta. 



As minhas hortas não foram diferentes de qualquer outras durante muitos anos, pois tinha a referência de agricultura biológica do meu avô, mas em modo tradicional de manutenção, pelo que ia fazendo gradualmente algumas mudanças. A primeira e provavelmente a mais significativa foi adensar as plantas muito mais numa determinada área. A segunda mudança foi a de não escavar o solo, e em terceiro lugar, melhorei o sistema de compostagem. 



Uma vez que estas estratégias simples estavam em prática notei a horta a criar vida própria. As ervas chamadas “daninhas” praticamente pararam de crescer nos canteiros e as plantas começaram a viver muito mais tempo. A horta podia suportar longos períodos sem água, produzia mais do que necessitava e podia colher em todos os dias do ano. Depois de algum tempo consegui aquilo que pretendia, criar um ecossistema composto de plantas comestíveis, que se comporta exactamente da mesma maneira que um habitat natural. E em tal situação passamos a um observador mais que um agricultor, à medida que a natureza toma as rédeas das dinâmicas da horta. 



Uma coisa maravilhosa na natureza é que ela trabalha incansavelmente, 24 horas por dia, sete dias por semana. A Natureza segue leis muito simples e funciona da mesma forma, em qualquer sistema, em qualquer lugar do mundo. Quando criamos um jardim ecológico, estamos a criar um sistema vivo. Ao entrar por ai, temos a natureza a trabalhar para nós, e não contra nós



O que são nichos ecológicos e porque são importantes 



Um ecossistema primitivo é composto de milhares de componentes vivos e não vivos todos coexistindo numa determinada área. Cada componente de vida ocupa o seu nicho próprio e isto é o mais importante de compreender, ao criar um jardim ou horta ecológicos. 
Num ecossistema natural, cada espaço deixado livre é imediatamente ocupado por muitos seres e espécies, lutando desesperadamente pela sobrevivência e dominância. 



Quando olhamos para uma horta tradicional nesta perspectiva, o que vemos é um sistema muito antinatural. Há uma diversidade muito pequena e muitos nichos vazios. A natureza impõe a sua vontade e leis sobre as hortas, exactamente da mesma maneira que em qualquer outro ecossistema, e isso significa que os espaços vazios serão preenchidos o mais rapidamente possível. 



No entanto, numa horta tradicional não existem sementes desejáveis á espera para preencher os espaços disponíveis, ao invés, surgem as ervas daninhas das sementes que lá estavam. 



A solução é criar uma horta que tenha preenchido todos os nichos disponíveis, para que as ditas ervas daninhas não tenham oportunidades. Podemos fazer isso ao plantar a horta muito bem, com uma gama diversificada de plantas hortícolas de diferentes formas e características. O resultado é uma plantação em sistema denso. A densidade também cria um micro-clima altamente protegido. Esse ambiente ideal de crescimento faz com que suas plantas possam durar muito mais tempo. 



Como gerir uma horta/jardim ecológico



Gerir uma horta ecológica é diferente de uma horta tradicional. Há muito menos que fazer. O nosso papel é mais de observador e regulador pontual em que se constata o espaço num estado contínuo de mudança suave, como um ecossistema natural. Isso pode ser difícil, pois nós, seres humanos, temos a tendência de controlar e interferir com todas as coisas. Este estilo de agricultura requer uma grande dose de fé e confiança nas leis naturais. Claro que haverá momentos em que é necessário intervir e direccionar o sistema na forma que pretendemos, no entanto, isso é quase sempre porque determinadas espécies de plantas hortícolas estão com muito sucesso e o ecossistema está em risco de perder a diversidade. 



Gestão de Pragas



A natureza densa e misturada de forma natural na horta ecológica, contribui muito para a gestão de pragas pela forma da prevenção. As pragas geralmente localizam a sua planta espécie-alvo através da visão ou cheiro. Imagine-se o quão mais difícil é ver a planta-alvo quando o seu contorno é obscurecido por um mar de verde. E como na terra poderia sentir o cheiro da sua planta-alvo quando há tantos cheiros misturados e em conflito, pelo que não podemos esquecer a escala, pois tratando-se de insectos tudo é enorme e muito distante. 





Elimina a necessidade de rotação de culturas 
A rotação de culturas é praticada pelos jardineiros dedicados por uma razão muito boa. Plantas diferentes requerem diferentes minerais do solo, em diferentes proporções. Depois que uma área foi plantada com uma determinada espécie, o solo pode ficar empobrecido de certos minerais. Para diminuir os efeitos desse empobrecimento e desequilíbrio, uma cultura diferente será plantada no ano seguinte. 



Uma técnica de fertilização natural, periodicamente cultivam-se plantas leguminosas que funcionam como adubos verdes, como sejam ervilhas, favas ou trevos. Estas plantas absorvem o nitrogénio da atmosfera e libertam-no para a terra através das raízes. 



No entanto, a rotação de culturas não é necessária na agricultura ecológica, pois plantio misto neutraliza os efeitos da depleção mineral, sendo que uma única espécie não domina uma única área. Da mesma forma, o adubo verde não é necessário por o nitrogénio ser abastecido de duas maneiras. Em primeiro lugar, através da plantação de leguminosas comestíveis, como ervilhas e feijões dentro da mistura. E em segundo lugar, pela adição de composto na superfície de todas as áreas desprotegidas. 



Compostagem



O composto é uma parte importante do jardim ecológico e é um bem muito valioso, neste blog há outros artigos mais específicos sobre compostagem mas faço aqui também um resumo. A compostagem é uma forma de construção de nutrientes valiosos alimentam a terra, as plantas e no final, a nós próprios. Deitamos fora grandes quantidades de restos orgânicos das coisas que compramos e na verdade estamos a comprar nutrientes, e a deitá-los para o lixo, numa perspectiva de ecologia. É um fluxo de nutrientes que flui numa única direcção, com um camião do lixo como agente final.



Ao fazer compostagem utilizamos os nutrientes de novo, não tendo que comprá-los pela segunda vez. Na verdade, estamos criando um sistema que é auto-sustentável. A compostagem é um veículo em que somos capazes de criar um ciclo de nutrientes dentro da nossa propriedade em que voltam para a compostagem e, lentamente, fazem o caminho noutra forma útil de consumo. Este ciclo pode continuar indefinidamente. 



Deitar fora a enxada 



Os ecossistemas naturais não necessitam de jardineiros com pás e enxadas para em cada temporada transformar o solo, e a horta também não. No entanto, é melhor não andar e pisar os canteiros da horta pois isso irá causar compactação desnecessária. É claro que isso requer a instalação de vias permanentes, que são posicionados de forma que o jardineiro pode ter fácil acesso ao terreno. 



Cavar o solo perturba a estrutura do mesmo o que, por sua vez, reduz a capacidade de transferir valiosos nutrientes para as plantas. A perda de estrutura do solo também reduz a capacidade de reter água. Desenvolver uma boa estrutura é realmente a melhor técnica de conservação de água, e quando praticado em conjunto com plantação densa, cria um gestão do solo holística em ecologia. 



A plantação densa cria sombra sobre a superfície dos solos, eliminando o encrostamento superficial, que provoca o escoamento e esgotamento de nutrientes. Desenvolvendo uma melhor estrutura permitirá aos organismos o que eles fazem melhor - transformar matéria orgânica em nutrientes disponíveis, como resultado de um solo rico e vivo. 



Auto Sementeira



Se tivermos a sorte de visitar uma floresta tropical intacta ficaremos fascinados pelas copas altas. No entanto, o futuro da floresta tropical está no solo em forma de sementes - pequenas células de vida à espera da sua oportunidade de prosperar. Se vamos criar um jardim/horta ecológico, então temos de ter a certeza de que terá um futuro. 



Ao permitir que algumas plantas produzam sementes, podemos construir reservas das mesmas, tal como a floresta tropical. E também como na floresta tropical, devemos ter o objectivo de milhares de sementes de muitas variedades espalhadas por toda a parcela. 



A maioria dessas sementes nunca irão germinar, porque na horta ecológica os nichos estão tão cheios, que as oportunidades para uma germinar são limitadas. No entanto, eventualmente, uma planta vai ser removida e comida e um espaço nicho fica vazio. Se existem inúmeras sementes dormentes, as hipóteses do nicho vir a ser preenchido são certas. 



Método da horta Ecológica-os princípios fundamentais



1. Plantar densamente 
2. Plantar uma diversidade de plantas dentro de uma determinada área 
3. Obter um bom sistema de compostagem 
4. Permitir que algumas plantas de cada espécie produzam sementes 
5. Só interferir com o sistema quando uma única espécie de planta sobre domina e nesse caso, simplesmente remover as plantas em excesso quando são pequenas. 



O cultivo de alimentos não é um trabalho árduo, especialmente com a natureza a ajudar. Uma área pequena pode fornecer elevadas recompensas em comida, poupando muito dinheiro por ano. A coisa mais interessante neste método é que saber que podemos ignorar a horta por semanas e não ser um problema. 

A cooperação no contexto G.R.A.V.S.(Grupo Raiano de Agricultura e Vida Sustentável)


No contexto do recém formado GRAVS,  foi este sábado, 22 de Junho 2013, organizada mais uma reunião regular entre os participantes envolvidos nesta iniciativa.
Com se vem tornando uma prática regular, fazemos uma reunião de actualização, coordenação e assuntos vários que vão surgindo.
Paralelamente, estas reuniões mensais, que são rotativas entre os espaços ou quintas dos envolvidos, pretende-se sempre existir uma actividade organizada no contexto de "Permablitz" ou "Ajudada".
desta vez calhou na quinta do vale Parais, da Anja Flier e Joseph Scheirber, que para alem de horticultura, organizam passeios a cavalo, usando os especiais "amigos" desta espécie que treinam de modo particular desde há 20 anos. estes cavalos são particularmente doceis e interactivos, particularmente bom para pessoas sem experiencia e que pretendam fazer os primeiros contactos com equinos.

Na Ajudada deste dia estivemos todos a´recolher e empilhar fardos de feno  que irão alimentar os cavalos do Inverno. Trabalho duro pelo sol forte, mas muito gratificante, pela energia de grupo e  contacto na forma ancestral com o campo e as actividades ancestrais.

Tudo terminado com um belo almoço com produtos da horta e agradável convívio.

Gratos à Anja por esta oportunidade

A produção de Horticolas "à séria" no Centro Convergência da Raia

Inspirados pelo conceito de soberania alimentar (http://cultivarbiodiversidade.blogspot.pt/2012/09/conceito-de-soberania-alimentar.html ) e seguindo os princípios, métodos e ética da Permacultura (http://cultivarbiodiversidade.blogspot.pt/2011/12/principios-de-acao-em-permacultura-por.html), Em Idanha-a-Nova, no interior profundo do pais, um grupo de pessoas decidiu lançar-se para a aventura de contribuir para a alimentação do mundo, com respeito pela Natureza, pela saúde dos consumidores e  valorização pelo prazer da alimentação e qualidade genuína dos alimentos.

Com base em várias solicitações para Lisboa( http://www.bem-me-quer.pt/index.htmlhttps://www.facebook.com/CozinhaPopularDaMouraria?fref=ts); uma pessoa individual que se propõe a fazer entregas de cabazes ao domicilio e outras iniciativas, para já localizadas, e juntando a isto a interferência e sensibilização nos mercados locais (Castelo branco e Idanha), também a parceria com o acontecimento regular do Festival Boom e outras possibilidades ainda a explorar, deram-nos forças e solidez em enveredar pela produção de hortícolas numa escala mais vasta, saltando o degrau da auto-suficiência. 


Estes "clientes" encomendam especificamente as suas necessidades e preferencias do seu público, incentivando aos mesmos a visitarem e conhecerem quem os alimenta e como o faz, numa relação directa de consumo de proximidade.

Esta mesma iniciativa servirá igualmente como base para a realização de cursos e incentivo a outros para o fazerem de igual modo.


Ainda acumulando funções no espaço, e aproveitando a existência de instalações  para receber pessoas no pressuposto de turismo responsável (link a colocar), permitirá aos visitantes temporários aprender a plantar, ou apanhar da terra os próprios alimentos que consumem na estadia, numa verdadeira e directa relação com a terra e sua fertilidade e generosidade.

Para os consumidores distantes, existirá regularmente informação visual de como cresce o seu alimento e o convite permanente a visitar o local, para conhecer e inclusive participar (ainda que por curto espaço) na produção dos seus super vegetais, qual "Farmville" real.

Este conceito só faz sentido no contexto de ser participativo e envolver todos os participantes, numa espiral comum de crescimento conjunto. Natureza, produtores, facilitadores na distribuição e consumidores.


Estão convidados e sejam bem vindos ao Novo Mundo que se vai construindo por aí

Turismo Responsável

Turismo Responsável

Definições e Princípios
O que é o Turismo Sustentável?
Turismo sustentável ou responsável tem sido frequentemente assimilada por muitos com o ecoturismo ou turismo de base comunitária. Depois de mais de uma década desde que o conceito de turismo sustentável / responsável realmente surgiu, agora é entendido que todas as formas de turismo em todos os destinos precisam se tornar mais sustentável. Nos primeiros anos, o foco foi principalmente na sustentabilidade ambiental, é agora mais amplamente entendido que os pilares social e cultural de sustentabilidade precisam ser abordadas concomitantemente para alcançar qualquer sucesso para a sustentabilidade e lucro a longo prazo para todos os stakeholders. O elemento social, sendo cada vez mais reconhecido como o pilar fundamental que permite a proteção ambiental e cultural a longo prazo.

Qual é a diferença entre o turismo sustentável e responsável?
Não há nenhuma diferença real, mas nós preferimos usar o termo "responsável", como sublinha a necessidade de que todos, fornecedores, bem como turistas estão a ser cometidas; Além disso, para muitos, o termo "sustentabilidade" na maior parte refere-se ao apoio financeiro e / ou ambiental sustentabilidade, muitas vezes deixando de lado o elemento social, ao passo que o termo "responsável" fornece uma dimensão humana.
De acordo com a Declaração da Cidade do Cabo (2002), desenvolvido de forma participativa a partir de iniciativa do Centro Internacional de Turismo Responsável, turismo responsável:
1.     minimiza os impactos econômicos, ambientais e sociais negativos;
2.     gera maiores benefícios econômicos para a população local e melhora o bem-estar das comunidades anfitriãs, melhora as condições de trabalho e de acesso para a indústria;
3.     envolve as populações locais nas decisões que afetam suas vidas e oportunidades de vida;
4.     faz contribuições positivas para a conservação do património natural e cultural, para a manutenção da diversidade do mundo;
5.     proporciona experiências mais agradáveis ​​para os turistas através de conexões mais significativas com a população local, e uma maior compreensão das questões culturais, sociais e ambientais locais;
6.     fornece acesso para as pessoas portadoras de deficiência, e
7.     é culturalmente sensível, gera respeito entre turistas e anfitriões, e constrói orgulho e confiança locais
Turismo Responsável não é um produto, é uma abordagem e um que pode ser adotado por viajantes e turistas, operadores turísticos, hospedagem e prestadores de transportes, gestores de atração de visitantes, as autoridades de planejamento, os governos nacionais, regionais / provinciais e locais. É necessária uma abordagem integrada, envolvendo muitas partes interessadas, em qualquer lugar ou espaço que atrai turistas.
O turismo sustentável tem sido reconhecida pelas Nações Unidas como uma poderosa ferramenta para a redução da pobreza que pode contribuir significativamente para a realização dos ODM, por causa das características específicas que fazem do turismo um setor exclusivo de atividade. As razões pelas quais o turismo pode contribuir significativamente para a redução da pobreza são de que o turismo é:
• na origem da maior transferência de riqueza nunca dos ricos para os países pobres
• o maior fornecedor de moeda estrangeira de muitos LDC
• agora a indústria de maior do mundo (1 $ tln / ano e 6% do emprego global),
• o setor de crescimento mais tremendo dos últimos 50 anos, além disso, é um setor muito resistente, como por exemplo, em 2009 o turismo registou um decréscimo de 6% das receitas em comparação com 12% para o comércio em geral.
• ele impulsionar empreendimentos do setor privado e atinge partes da economia que outras atividades não; maioria dos postos de trabalho nas PME, áreas rurais, forte efeito multiplicador (até 4x) turismo impulsiona outros setores como os transportes, artesanato, agricultura, serviços, etc
• é consumida no local de produção, para que as pessoas locais têm acesso ao mercado mais fácil do que em outras indústrias e mais chance de se beneficiar diretamente, para gerenciar e controlar algumas operações, as pequenas empresas.
• Pode evitar o êxodo rural, incentivar a preservação das tradições culturais, de património natural, reavivar o orgulho dos mais pobres em suas tradições e costumes locais
• Trata-se de trabalho intensivo (2 ª maior empregadora do mundo) e permitir a criação de uma infinidade de trabalhos muito acessíveis para as mulheres, desfavorecidos, jovens.
Ecoturismo , CBT são apenas alguns exemplos de produtos turísticos sustentáveis, que exemplificam a capacidade do turismo para aliviar a pobreza por meio da participação das comunidades locais. Mas o turismo vai se tornar uma poderosa ferramenta real para a redução da pobreza quando os princípios do turismo sustentável / responsável são aplicadas a todas as formas de turismo, incluindo o turismo de massa, que pode oferece muitos empregos e iniciar a criação de empresas através da prestação de bens e serviços por parte dos pobres ou empresas locais empregam os pobres. Ao mesmo tempo o turismo de massa também pode aplicar muitos dos princípios de turismo responsável, a fim de mitigar os seus atuais impactos negativos ambientais e culturais.

Há muitas definições esclarecendo que o turismo sustentável é, selecionamos aqueles que são os mais universalmente reconhecido.
OMT apresenta a seguinte definição concisa, enquanto Declaração da Cidade do Cabo (agosto de 2002) sobre o turismo responsável vai para uma explicação mais completa e detalhada dos princípios orientadores da responsabilidade econômica, social e ambiental.  A declaração de Kerala (Março de 2008) centra-se no processo e abordagens para a implementação, fornece recomendações para a ação, a fim de alcançar um turismo responsável nos destinos.

Definição conceitual OMT 2004

"Diretrizes de desenvolvimento do turismo sustentável e práticas de gestão são aplicáveis ​​a todas as formas de turismo em todos os tipos de destinos , incluindo o turismo de massa e os diversos segmentos do turismo de nicho. Princípios de sustentabilidade referem-se aos aspectos ambientais, econômicos e sócio-cultural do desenvolvimento do turismo, e um equilíbrio adequado deve ser estabelecido entre estas três dimensões para garantir a sua sustentabilidade a longo prazo.
Assim, o turismo sustentável deve:
1) Faça uma utilização optimizada dos recursos ambientais que constituem um elemento-chave no desenvolvimento do turismo, mantendo os processos ecológicos essenciais e ajudando a conservar o património natural e da biodiversidade.
2) Respeitar a autenticidade sócio-cultural das comunidades de acolhimento , conservar o seu património edificado e cultural de vida e os valores tradicionais, e contribuir para a compreensão e tolerância inter-cultural.
3) Certifique-se de operações económicas viáveis ​​a longo prazo, proporcionando benefícios socioeconômicos para todos os interessados ​​que estão bastante distribuídos, incluindo o emprego estável e oportunidades de geração de renda e serviços sociais às comunidades anfitriãs, e contribuindo para a redução da pobreza.

Desenvolvimento do turismo sustentável requer a participação informada de todos os interessados, bem como uma forte liderança política para garantir ampla participação e consenso. Alcançar o turismo sustentável é um processo contínuo e requer monitoramento constante dos impactos , introduzindo as necessárias medidas preventivas e / ou medidas corretivas sempre que necessário. O turismo sustentável deve também manter um alto nível de satisfação do turista e garantir uma experiência significativa para os turistas, aumentando sua consciência sobre as questões de sustentabilidade e promover práticas de turismo sustentável entre eles. "

O valor ecológico das matas ripicolas

O Valor das matas ripícolas
Ribeiros ou rios são áreas ribeirinhas, e as formações florestais que crescem lá são chamados de mata ribeirinha. A vegetação ripícola é extremamente importante, por causa das muitas funções que serve.

Estabilização e proteção da qualidade da água
As raízes das árvores e arbustos ribeirinhos ajudam a segurar os solos das margens no lugar, evitando a erosão. Para alem de também capturarem os sedimentos e poluentes, ajudando a manter a água limpa.

Suporte da cadeia alimentar
Os peixes de rio alimentam-se de insetos, principalmente aquáticos. Estes passam a maior parte de sua vida na água alimentando-se de folhas e material lenhoso, como troncos, tocos e galhos que caem na água a partir das margens. A mata ribeirinha é também habitat para outros insetos, que por vezes caem na água, proporcionando uma outra fonte de alimento para os peixes ou insectos aquáticos.
Protecção térmica
Nesta região, de verão e inverno, a vegetação de ribeiros e rios suportam temperaturas extremas que podem ser prejudiciais, ou mesmo fatal, para os peixes e outros organismos aquáticos. A cobertura de folhas e galhos traz sombra acolhedora, garantindo que a temperatura da corrente permanece fresca no verão e moderada no inverno. Assim, ribeiros sombreados têm menos algas e são capazes de manter mais oxigênio dissolvido, que os peixes precisam para respirar.

Controle de inundações
Durante os fluxos elevados de Inverno, estas matas diminuem e dissipam as enchentes. Isso evita a erosão que danifica áreas de desova de peixes e habitats de insetos aquáticos, e também de estragos em zonas de ocupação e actividades humanas.

Habitat
As árvores desenraizadas caem na água, os troncos, redes de raízes e ramos diminuem o fluxo de água. Estes obstáculos criam habitat para peixes, formando piscinas, correntes e criando locais com condições de especial apetência para muitas espécies.

A maioria das espécies de animais selvagens terrestres utiliza as áreas ribeirinhas durante parte do seu ciclo de vida, especialmente numa região quente e seca como a Beira baixa. A vegetação ripicula fornece comida, abrigo, e esconderijos para esses animais.

A vegetação ripicula é essencial para manter a alta qualidade da água natural. No entanto, permanece relativamente desprotegida de más práticas agrícolas, da construção imobiliária, comercial, e do ordenamento da paisagem. Em reconhecimento a isso, existem leis que exigem a sua preservação em cursos de água, zonas húmidas, e outras áreas sensíveis, a fim de proteger a qualidade da água e valor de habitat dessas áreas. 

Nesta região está actualmente a ser trabalhada uma proposta para apresentação a autoridades locais, no sentido de uma efectiva protecção e sensibilização deste recurso natural, envolvendo as populações locais.

Floresta mediterrânica: Hotspots de Biodiversidade em vias de extinção





Floresta mediterrânica: Hotspots de Biodiversidade em vias de extinção

A zona do Mediterrâneo foi identificada pelo WWF como uma das mais importantes, do ponto de vista ambiental, pela sua biodiversidade excepcional. As florestas mediterrânicas são lar de 25000 espécies de plantas, o que representa 10% das Angiospérmicas em apenas 1,6% da superfície da Terra. Estas florestas são também lar de espécies emblemáticas como o lince ibérico ou a águia de Bonelli.



Portugal, no contexto europeu, é considerado um país rico e diversificado em flora e fauna. Além das espécies tipicamente atlânticas, pode encontrar-se aqui um grande número de espécies de origem mediterrânica. Possui, para além disso, um elevado número de endemismos, assim como espécies consideradas como relíquias do ponto de vista genético e/ou biogeográfico. Para além da sua origem natural (Portugal encontra-se na convergência três regiões biogeográficas, com influências atlânticas e mediterrâneas) mas também os séculos de actividade humana que facultou condições ecológicas para uma evolução harmoniosa.
Actualmente, o fogo é a maior ameaça natural às florestas mediterrânicas, destruindo mais árvores que pragas, tempestades, terramotos, inundações, etc. Todos os anos mais de 50 mil fogos queimam cerca de 800 mil hectares de floresta mediterrânica, o equivalente a 1,7% da sua área total. Todos os países mediterrânicos da União Europeia têm sido atingidos por este problema, mas em Portugal a área ardida média anual mais que quadruplicou desde os anos 60 do século XX.  
Como resultado da intensificação dos fogos florestais, a capacidade dos ecossistemas mediterrânicos para recuperar naturalmente está muito reduzida, estando vastas áreas afectadas por perdas de biodiversidade, erosão do solo e escassez de água, pois o desaparecimento das florestas conduz, eventualmente, à desertificação.
Com este panorama sombrio, resta em Portugal uma (solitária) mancha florestal representativa do coberto natural da zona mediterrânica, o Parque Natural da Serra da Arrábida. Zona única a nível mundial, a Arrábida foi a primeira área a receber protecção do estado em resultado da luta contra as pedreiras, contra as estradas, contra a construção ilegal, contra tudo o que ainda hoje permanece...
Ao contrário do que acontece noutras zonas do mundo, onde uma percentagem elevada dos fogos têm origem natural (geralmente relâmpagos), em Portugal (e nos outros países mediterrânicos) há uma predominância de fogos com origem humana. Os fogos naturais representam apenas entre 1 e 5% do total registado. 
Entre as causas conhecidas, a grande maioria dos fogos são involuntários (negligencia ou acidente) e directamente associados às práticas agrícolas e silvícolas, logo com origem em habitantes locais e só muito  raramente em turistas.  
Espantosamente, o aumento do número de fogos florestais está directamente relacionado com a melhoria das condições de vida das populações. As rápidas transformações económico-sociais que têm vindo a ocorrer levam a uma concentração da população nas cidades, à redução acentuada do crescimento populacional, abandono das terras aráveis e a um desinteresse pelos recursos florestais como fonte de energia. Por todos estes motivos, assiste-se a um aumento das zonas de baldio e a um desaparecimento das populações com um sentimento de responsabilidade pela floresta.

Causas para os fogos florestais em Portugal

Surge, assim, uma série de situações com consequências trágicas para as florestas mediterrânicas:
  • perda da ligação directa entre o Homem e o seu ambiente – o desaparecimento das comunidades rurais e a falta de incentivos económicos levou à perda do conhecimento para conter os pequenos fogos florestais, que rapidamente podem sair do controlo. Pelo contrário, as antigas práticas agrícolas associadas ao pastoreio, agricultura e caça permaneceram, mas agora com resultados desastrosos devido ao aumento de biomassa seca e ao abandono rural;
  • redução do valor da madeira – com o colapso da economia rural, os donos das propriedades começaram a pressionar as autoridades locais para obter licenças de urbanização, rentabilizando assim as suas terras. O fogo também permite estimular o mercado madeireiro, pois as árvores queimadas têm que ser rapidamente abatidas e podem ser vendidas a preço inferior;
  • falta de compensações económicas – os donos das terras não vêem o seu papel na conservação da floresta reconhecido, tendo frequentemente que arcar com os custos adicionais de manutenção sem qualquer apoio estatal;
  • turismo – o desenvolvimento do turismo de massas e do aumento de casas de férias leva a um aumento sazonal da presença humana na floresta. Esta situação agrava-se com a construção de estradas, permitindo fácil acesso a zonas antes remotas e dificultando a vigilância.

    Gestão sustentada: o futuro da floresta

    Os fogos florestais destroem as camadas superficiais do solo, alterando as taxas de infiltração das águas da chuva e impedindo a acumulação de água. As camadas férteis, ricas em matéria orgânica, degradam-se após o incêndio, sendo facilmente arrastadas pelas chuvas, o que para além de desertificar as áreas ardidas vai causar sérios problemas a nível da qualidade da água em rios e albufeiras.
    Em Portugal, a água de abastecimento público provém em grande parte de grandes albufeiras como Castelo de Bode, rodeadas todos os anos por alguns dos maiores incêndios, logo em risco devido à erosão das encostas adjacentes.
    Também na qualidade do ar o impacto dos grandes incêndios florestais é importante. Para além da acumulação de monóxido de carbono e partículas nas zonas afectadas, surge a questão da emissão de dióxido de carbono para a atmosfera.
    O aumento da concentração de dióxido de carbono, o principal gás de efeito de estufa, é o responsável pelas alterações climáticas responsáveis pelas condições extremas a que, cada vez mais, vamos assistindo: ondas de calor, secas extremas, inundações, tufões, etc.
    No quadro do Protocolo de Quioto, de que Portugal é signatário, as nossas emissões de CO2 para o período de 1990 a 2010 não podem aumentar mais que 27% e já em 2001 se atingiu um aumento de 36,5%. Sabendo-se que as florestas são um importante sumidouro de CO2, surge-nos um problema duplo com o seu desaparecimento pois teremos que arranjar outras formas para fazer desaparecer os 4% de CO2 que permanecerão na atmosfera.