Episódios na magia da sucessão ecológica



 Leguminosas selvagens


Em 2012, depois do fogo que devastou a quinta e quando recomecei aqui a fazer algo, o solo ficou moribundo. 
Toda a matéria orgânica, microrganismos, bactérias, fungos, etc, ficaram todos no seu nível mais baixo. 

 















Desde então e paralelamente à constante plantação de árvores, a actividade mais intensa foi o corte de erva (que aqui cresce imenso, por serem terrenos húmidos de aluvião).


Durante este últimos anos, foram  na totalidade, umas boas toneladas de biomassa e carbono, que tem vindo a restabelecer todo o potencial biológico, produtivo e de fertilidade do solo.




Para alem do óbvio e sabido, um dos indicadores que tem sido divertido observar, são os diferente tipos de herbáceas que se vão sucedendo.


No inicio e depois do fogo, foram as gramineas, a erva viscosa (dietrichia viscosa), e mais umas ruderais. Silvas, muitas silvas (que primeiro deixei crescer para protecção e biodiversidade).

Nos anos seguintes, começaram a surgir a tanchagem, malvas, serralhas e varias outras ervas, mais delicadas e exigentes quanto a solos.

Nos últimos 3 anos tem sido as leguminosas e isso é interessante, porque sendo uma família que são fixadoras de azoto e por isso melhoram e fertilizam o solo, começam a criar o processo de aumento exponencial que se alimenta a si próprio (a auto gestão da própria Natureza).

Ou seja, com o solo restaurado, começam a surgir, a ganhar mais espaço e a aumentar diversidade de espécies presentes, desta família de ervas leguminosas (uma das tribos da comunidade local, como os encaro a todos), que vão melhorando os solos ainda mais e que proporciona cada vez mais espaço ocupado por leguminosas e por ai fora, nos próximos anos.

Claro que com isto, as minhas amigas arvores, estão a beneficiar aos montes e super felizes e saudáveis.

Então e onde quero chegar com isto?
Carbono, uma das bases da vida e definitivamente, do solo.
Chega de lavouras agressivas, chega de mexer e remexer na terra, deixa-na em paz fazer o que sabe muito melhor que nós!



Querem estar activos e interferir, cortem a erva e simplesmente deixem depositada no solo, adicionem cada vez mais camada de matéria orgânica ao solo.



Já agora, cortem só depois de florir e as sementes prontas, tanto para assegurar a continuidade, como para alimentar os milhões de aliados que deste modo venham a ter no vosso terreno, a fauna selvagem local.


Simples como a solução de todos os grandes problemas actuais!

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