De
uma forma resumida iremos aqui expor o processo de Regeneração Natural do
espaço em que nos situamos, sendo que na continuação de agora em diante iremos
acompanhando e divulgando os resultados e evolução das intervenções que iremos
descrever em seguida
Este
espaço foi adquirido 15 anos atrás e anteriormente a isso a utilização tinha
sido agrícola e/ou pecuária. Após
a compra, na parte natural de 4 hectares, foi iniciada uma gestão na
perspectiva única da biodiversidade e habitas selvagens. Por
isso foi deixado em pousio, para regeneração dos solos, permitindo as
constantes acumulações de matéria orgânica e consequente aumento da biologia e dinâmicas
orgânicas nos solos
A
vegetação tendencial da zona, sendo terrenos de aluvião nas margens do rio Ponsul,
seria constituída maioritariamente por salgueiros, freixos, choupos, ulmeiros e
outras espécies ribeirinhas.
Para
alem destas espécies existiam varias árvores de frutos (marmeleiros, figueiras,
laranjeiras, pereiras. Romãs e dióspiros) lódãos (celtis australis) e alguns choupos,
na margem do rio Ponsul
Na
altura foi deixado livre espaço à regeneração e proliferação natural destas
espécies, com algum incentivo humano, e foram paralelamente plantados, nas
zonas mais altas e secas, muitos sobreiros, pinheiros bravos, azinheiras,
zambujeiros e alguns ciprestes.
Em
2011 aconteceu um fogo violento que queimou toda a vegetação existente. Muitas
das arvores foram danificadas e secaram a copa, tendo iniciado regeneração de
touça. No solo, toda a biomassa ainda não decomposta foi reduzida a cinzas
Desde
então tem sido aplicada a abordagem e design em Permacultura, conciliado com a
perspectiva da gestão de habitats selvagens, o que de alguma forma se pode dizer
que resulta numa forma particular de floresta de alimentos
Desde
2012 foram plantadas no local cerca de 3000 arvores, das quais se prevê terem
sobrevivido 80 a 90 por cento
Tem
havido muita regeneração espontânea de freixo e salgueiro e os diospireiros,
abrunheiros e choupos ardidos, reagiram em intensa rebentação de raiz, estando
actualmente a formar pequenos bosquetes
As
espécies nativas plantadas foram
- · Azinheira (Quercus rotundifólia)
- · Sobreiro (Quercus suber)
- · Carvalho cerquinho (Quercus faginea)
- · Carvalho negral (Quercus pyrenaica)
- · Medronheiro (Arbutus unedo)
- · Cornalheira (Pistácia therebinthus)
- · Zimbro (Juniperus oxycedrus)
- · Pinheiro manso (Pinus pinea)
- · Zambujeiro (Olea europaea silvestres)
- · Pilriteiro (Crataegus monogyma)
- · Folhado (ViburnumTinus)
- · Aroeira (Pistacia lentiscus)
- · Ulmeiro (ulmus minor)
- · Sabugueiros (Sambucus nigra)
- · Loureiros (Laurus nobilis)
- · Amieiro (Alnus glutinosa)
- · Esteva (Cistus ladanafer)
- · Piorno (citysus scoparius)
- · Roselha (cistus crispus)
- · Sanguinho (Rhamnus alaternos)
- · (Phylirea angustifolia)
As
Naturalizadas
- · Lodão (Cletis australis)
- · Pinheiro de halepo (Pinus halepensis)
- · Cipreste do buçaco (Cupressus lusitânica)
- · Cipreste dos cemitérios (Cupressus sempervirens)
·
De
há dois anos para cá, e na recente abordagem da floresta de alimentos,
começaram a ser plantadas arvores de frutos, que se tentou serem maioritariamente
de variedades tradicionais, obtidas em raids a hortas abandonadas, ofertas e
trocas com amigos, relação com associação colher para semear e alguns
fruticultores que ainda têm estas variedades.
No
entanto a grande maioria resulta de reprodução em viveiro, com recurso a
sementes aproveitadas da fruta consumida.
Este
processo, geneticamente torna-se impossível de prever quais serão as características
das árvores e respectivos frutos, pelo que dentro de mais um ou dois anos,
quando iniciar a produção, saberemos o que resulta
Quanto
a estas árvores, que são de frutas em versão “bravo”, poder-se-á optar por
posteriores enxertias. No entanto e actualmente, consideramos mais interessante
aproveitar a diversidade genética e ver o que resulta, mesmo que não se tratem
de variedades ou árvores super-produtivas como é a tendência e preferência actual
Neste
contexto foram plantadas
- · Pereiras
- · Macieiras
- · Nespereiras
- · Pessegueiros
- · Cerejeiras
- · Romanzeiras
- · Ameixeiras
- · Nogueiras
- · Ginjeiras
- · Aveleiras
- · Castanheiros
- · Amendoeiras
- · Figueiras
- · Abacateiros
De
arbustivas e trepadeiras, foram plantados
- · Alecrins
- · Alfazemas
- · Physalis
- · Goji
- · Groselheiras
- · Framboesas
- · Videiras
- · Madressilvas
- · Eleagnus ebingueli
Anterior
a todas as plantações foi implantado na maioria do terreno um sistema de distribuição
de agua em keyline, beneficiando da agua do regadio que deste modo, pode chegar
a quase todo o terreno
Foram
construídos 5 lagos de variadas dimensões
Desde
o referido incêndio, tanto a erva, como silvados, e uma pioneira exótica (dietrichia
viscosa), têm proliferado e crescido cada ano mais vigorosamente. Desde há um
ano atrás, a aquisição de uma moto roçadora com lamina de destroçar, permitiu
fazer cortes nesta vegetação, o que tem possibilitado uma mais rápida e maior deposição
de biomassa. Sendo que esse efeito já se nota claramente, pois para alem da
fertilidade estar muito potenciada, também a sucessão natural da vegetação
começa a mudar, para um terceiro estagio de regeneração. De
prado para matos e agora a entrar em processo de solo florestal, com a
proliferação abundante de fungos que se alimentam da muita matéria orgânica e
carbono existentes.
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