O movimento de transição surgiu na
Irlanda e foi criado por Louise Rooney sendo popularizado por Rob Hopkins na
Inglaterra. Depressa se difundiu por todo o mundo, encontrando-se neste momento
numa fase de enorme expansão.
Este movimento tem como base o facto de
nos aproximarmos do fim da era do petróleo barato e tem como finalidade
sensibilizar e dotar as comunidades de capacidades para enfrentar esta situação
e as alterações climáticas.
Surgem por todo o mundo, em muitas
cidades, associações/ONGs dedicadas à realização das mais diversas acções que
têm sempre como objectivo a sensibilização e preparação das pessoas para as
duas questões mencionadas.
Resumidamente, é um movimento que tem
como objectivo transformar as cidades em modelos sustentáveis, menos
dependentes do petróleo, mais ligadas à natureza e mais resistentes a crises
externas, tanto económicas como ecológicas.
De forma a orientar as iniciativas
interessadas em aderir ao movimento, o Rob Hopkins criou os “12 passos
para a transição” que se encontram no seu livro “The transition Hand
Book” (O livro de bolso da transição).
1.Formar grupos na sociedade para procurar
possíveis medidas para a diminuição do consumo de energia na comunidade.
Questões como a importação de alimentos, energia, educação, moeda local,
urbanismos e transportes. É muito importante que o sucesso colectivo seja
colocado acima dos interesses pessoais. Deve haver um representante para cada
grupo.
2.Identificar possíveis alianças e
construir redes de trabalho. Preparar a sociedade em geral para falar sobre as
consequências do pico do petróleo e sobre o aquecimento global e alterações
climáticas. Normalmente realizam-se palestras com especialistas e mostras de
filmes relacionados com o tema.
3.Incorporar ideias de outras organizações
e iniciativas já existentes.
4.Organizar o lançamento do movimento que
pode ocorrer entre seis meses e um ano após o passo número um.
5.Formar subgrupos que vão olhar para as
suas regiões específicas e imaginar como a sociedade pode torna-se resiliente,
ou seja, ser auto-suficiente e capaz de suportar choques externos, como a falta
do petróleo.
6. Fazer eventos em espaços abertos. É
importante que a sociedade perceba o movimento e queira fazer parte dele.
7.Realizar actividades que requerem acção,
como por exemplo, plantar árvores de fruto autóctones.
8. Recuperar hábitos perdidos como fazer
concertos públicos, cozinhar, fazer jardinagem, cultivar hortas e andar de
bicicleta.
9.
Construir bom relacionamento com o
governo local.
10.Escutar os mais velhos. As pessoas que
viveram entre 1930 e 1960, época em que o petróleo ainda não era tão importante,
podem ter muito para ensinar.
11. Não manipular o processo de transição
para essa ou aquela tendência. O papel do movimento não é levar todas as
respostas, mas deixar que a população encontre meios para a transição. O
movimento deve ser um catalisador de ideias.
12.Criar um plano de acção para reduzir o
consumo de energia da cidade.
O filme sobre o movimento Das Cidades em Transição
Links que podem ajudar no processo de criação de um núcleo de transição no seu Bairro: