Situado em Idanha-a-Nova, este é um espaço de actividades e iniciativas com vista à Cura e Regeneração de sistemas naturais e humanos. Permacultura, Ecologia profunda, Ecosofia e Escuta Ativa são os princípios a partir dos quais partimos para experimentação e implementação de soluções, com vista à aquisição de modelos regenerativos integrados.
"Estradas" de Vegetação
Imagens da actividade de 26 de Novembro em Oledo
Floresta mediterrânica: Hotspots de Biodiversidade em vias de extinção
Floresta mediterrânica: Hotspots de Biodiversidade em vias de extinção
A zona do Mediterrâneo foi identificada pelo WWF como uma das mais importantes, do ponto de vista ambiental, pela sua biodiversidade excepcional. As florestas mediterrânicas são lar de 25000 espécies de plantas, o que representa 10% das Angiospérmicas em apenas 1,6% da superfície da Terra. Estas florestas são também lar de espécies emblemáticas como o lince ibérico ou a águia de Bonelli.
Portugal, no contexto europeu, é considerado um país rico e diversificado em flora e fauna. Além das espécies tipicamente atlânticas, pode encontrar-se aqui um grande número de espécies de origem mediterrânica. Possui, para além disso, um elevado número de endemismos, assim como espécies consideradas como relíquias do ponto de vista genético e/ou biogeográfico. Para além da sua origem natural (Portugal encontra-se na convergência três regiões biogeográficas, com influências atlânticas e mediterrâneas) mas também os séculos de actividade humana que facultou condições ecológicas para uma evolução harmoniosa.
Actualmente, o fogo é a maior ameaça natural às florestas mediterrânicas, destruindo mais árvores que pragas, tempestades, terramotos, inundações, etc. Todos os anos mais de 50 mil fogos queimam cerca de 800 mil hectares de floresta mediterrânica, o equivalente a 1,7% da sua área total. Todos os países mediterrânicos da União Europeia têm sido atingidos por este problema, mas em Portugal a área ardida média anual mais que quadruplicou desde os anos 60 do século XX.
Como resultado da intensificação dos fogos florestais, a capacidade dos ecossistemas mediterrânicos para recuperar naturalmente está muito reduzida, estando vastas áreas afectadas por perdas de biodiversidade, erosão do solo e escassez de água, pois o desaparecimento das florestas conduz, eventualmente, à desertificação.
Com este panorama sombrio, resta em Portugal uma (solitária) mancha florestal representativa do coberto natural da zona mediterrânica, o Parque Natural da Serra da Arrábida. Zona única a nível mundial, a Arrábida foi a primeira área a receber protecção do estado em resultado da luta contra as pedreiras, contra as estradas, contra a construção ilegal, contra tudo o que ainda hoje permanece...
Ao contrário do que acontece noutras zonas do mundo, onde uma percentagem elevada dos fogos têm origem natural (geralmente relâmpagos), em Portugal (e nos outros países mediterrânicos) há uma predominância de fogos com origem humana. Os fogos naturais representam apenas entre 1 e 5% do total registado.
Entre as causas conhecidas, a grande maioria dos fogos são involuntários (negligencia ou acidente) e directamente associados às práticas agrícolas e silvícolas, logo com origem em habitantes locais e só muito raramente em turistas.
Espantosamente, o aumento do número de fogos florestais está directamente relacionado com a melhoria das condições de vida das populações. As rápidas transformações económico-sociais que têm vindo a ocorrer levam a uma concentração da população nas cidades, à redução acentuada do crescimento populacional, abandono das terras aráveis e a um desinteresse pelos recursos florestais como fonte de energia. Por todos estes motivos, assiste-se a um aumento das zonas de baldio e a um desaparecimento das populações com um sentimento de responsabilidade pela floresta.
Causas para os fogos florestais em Portugal
Surge, assim, uma série de situações com consequências trágicas para as florestas mediterrânicas:
perda da ligação directa entre o Homem e o seu ambiente – o desaparecimento das comunidades rurais e a falta de incentivos económicos levou à perda do conhecimento para conter os pequenos fogos florestais, que rapidamente podem sair do controlo. Pelo contrário, as antigas práticas agrícolas associadas ao pastoreio, agricultura e caça permaneceram, mas agora com resultados desastrosos devido ao aumento de biomassa seca e ao abandono rural;
redução do valor da madeira – com o colapso da economia rural, os donos das propriedades começaram a pressionar as autoridades locais para obter licenças de urbanização, rentabilizando assim as suas terras. O fogo também permite estimular o mercado madeireiro, pois as árvores queimadas têm que ser rapidamente abatidas e podem ser vendidas a preço inferior;
falta de compensações económicas – os donos das terras não vêem o seu papel na conservação da floresta reconhecido, tendo frequentemente que arcar com os custos adicionais de manutenção sem qualquer apoio estatal;
turismo – o desenvolvimento do turismo de massas e do aumento de casas de férias leva a um aumento sazonal da presença humana na floresta. Esta situação agrava-se com a construção de estradas, permitindo fácil acesso a zonas antes remotas e dificultando a vigilância.
Gestão sustentada: o futuro da floresta
Os fogos florestais destroem as camadas superficiais do solo, alterando as taxas de infiltração das águas da chuva e impedindo a acumulação de água. As camadas férteis, ricas em matéria orgânica, degradam-se após o incêndio, sendo facilmente arrastadas pelas chuvas, o que para além de desertificar as áreas ardidas vai causar sérios problemas a nível da qualidade da água em rios e albufeiras.
Em Portugal, a água de abastecimento público provém em grande parte de grandes albufeiras como Castelo de Bode, rodeadas todos os anos por alguns dos maiores incêndios, logo em risco devido à erosão das encostas adjacentes.
Também na qualidade do ar o impacto dos grandes incêndios florestais é importante. Para além da acumulação de monóxido de carbono e partículas nas zonas afectadas, surge a questão da emissão de dióxido de carbono para a atmosfera.
O aumento da concentração de dióxido de carbono, o principal gás de efeito de estufa, é o responsável pelas alterações climáticas responsáveis pelas condições extremas a que, cada vez mais, vamos assistindo: ondas de calor, secas extremas, inundações, tufões, etc.
No quadro do Protocolo de Quioto, de que Portugal é signatário, as nossas emissões de CO2 para o período de 1990 a 2010 não podem aumentar mais que 27% e já em 2001 se atingiu um aumento de 36,5%. Sabendo-se que as florestas são um importante sumidouro de CO2, surge-nos um problema duplo com o seu desaparecimento pois teremos que arranjar outras formas para fazer desaparecer os 4% de CO2 que permanecerão na atmosfera.
O valor ecológico das matas ripicolas
O Valor das matas ripícolasRibeiros ou rios são áreas ribeirinhas, e as formações florestais que crescem lá são chamados de mata ribeirinha. A vegetação ripícola é extremamente importante, por causa das muitas funções que serve.Estabilização e proteção da qualidade da águaAs raízes das árvores e arbustos ribeirinhos ajudam a segurar os solos das margens no lugar, evitando a erosão. Para alem de também capturarem os sedimentos e poluentes, ajudando a manter a água limpa.Suporte da cadeia alimentarOs peixes de rio alimentam-se de insetos, principalmente aquáticos. Estes passam a maior parte de sua vida na água alimentando-se de folhas e material lenhoso, como troncos, tocos e galhos que caem na água a partir das margens. A mata ribeirinha é também habitat para outros insetos, que por vezes caem na água, proporcionando uma outra fonte de alimento para os peixes ou insectos aquáticos.Protecção térmicaNesta região, de verão e inverno, a vegetação de ribeiros e rios suportam temperaturas extremas que podem ser prejudiciais, ou mesmo fatal, para os peixes e outros organismos aquáticos. A cobertura de folhas e galhos traz sombra acolhedora, garantindo que a temperatura da corrente permanece fresca no verão e moderada no inverno. Assim, ribeiros sombreados têm menos algas e são capazes de manter mais oxigênio dissolvido, que os peixes precisam para respirar.Controle de inundaçõesDurante os fluxos elevados de Inverno, estas matas diminuem e dissipam as enchentes. Isso evita a erosão que danifica áreas de desova de peixes e habitats de insetos aquáticos, e também de estragos em zonas de ocupação e actividades humanas.HabitatAs árvores desenraizadas caem na água, os troncos, redes de raízes e ramos diminuem o fluxo de água. Estes obstáculos criam habitat para peixes, formando piscinas, correntes e criando locais com condições de especial apetência para muitas espécies.A maioria das espécies de animais selvagens terrestres utiliza as áreas ribeirinhas durante parte do seu ciclo de vida, especialmente numa região quente e seca como a Beira baixa. A vegetação ripicula fornece comida, abrigo, e esconderijos para esses animais.A vegetação ripicula é essencial para manter a alta qualidade da água natural. No entanto, permanece relativamente desprotegida de más práticas agrícolas, da construção imobiliária, comercial, e do ordenamento da paisagem. Em reconhecimento a isso, existem leis que exigem a sua preservação em cursos de água, zonas húmidas, e outras áreas sensíveis, a fim de proteger a qualidade da água e valor de habitat dessas áreas.Nesta região está actualmente a ser trabalhada uma proposta para apresentação a autoridades locais, no sentido de uma efectiva protecção e sensibilização deste recurso natural, envolvendo as populações locais.
Actividade no Ferro, Covilhã
Salvar e aproveitar arvores - Saving baby trees
Nós temos salvo sem exagero milhares de arvores, que são depois plantadas em locais onde são apreciadas e desejadas.
Saving baby treesOne thing that is happening more and more, as a result of institutional practices of land management, we find in gardens, roadsides and other places managed by human hands with very selective or specific criteria, there are hundreds or thousands of trees that are ripped out and thrown away. In recent years, and having been under close observation, we have noticed that, for example, in garden beds, there is always a lot of germination of wild olives, viburnum, strawberry trees, Celtis, Ash and many other species, which turns out to be very normal, because the seeds fall there and grow, but like many garden beds around this country, they are managed to be maintained with those desired plants, what is unwanted is removed, weeds, bush, treesWe have saved, without exaggeration, thousands of trees, which are then planted in places where they are appreciated and desired.
Of course, this can generate ridiculous situations of coming on the Lisbon bus and bringing a backpack with hundreds of small trees inside. Or the same in the trunk of the car.But this is a choice, a way of life that gives great pleasure.And once again, the taking advantage of giant waste, in this case of tree lives
Inciativa dos pequenos viveiros domésticos- Home and backyard nurseries
Plantação Na localidade de Maria Martins, Monsanto
Plantação Na localidade de Maria Martins, Monsanto
No dia 19 de Outubro, aconteceu o segundo evento desta temporada, coma participação de vários amigos e vizinhos da nossa querida Gigi, que já vem sendo habitual todos os anos, uma vez que dispõe de mais de 20 hectares onde pretende ter uma reserva de biodiversidade
Muitas árvores e muitas bolotas novas, para este terreno que virá a ser um belo bosque biodiverso.