Espécies selvagens no espaço Regenerar - Pisco

Fonte : http://naturlink.pt/article.aspx?menuid=55&cid=68928&bl=1&viewall=true#Go_1


O Pisco-de-peito-ruivo é um pequeno e atraente passeriforme, bem conhecido pela sua mancha alaranjada que lhe ornamenta o peito. É uma das aves portuguesas que mais alegra os dias de Inverno, com o seu canto melodioso e persistente.

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS
O Pisco-de-peito-ruivo Erithacus rubecula é um pequeno Passeriforme da família Turdidae. Tem cerca de 14 cm de comprimento (mais ou menos como um Pardal), e pesa entre 15 e 20 gramas. É uma das aves portuguesas mais fáceis de identificar. Geralmente observa-se saltitando pelo chão (por vezes imobilizando-se com uma pequena "vénia"), ou poisado nos ramos baixos de uma árvore, adoptando sempre uma posição muito vertical com o corpo. Tem no peito uma grande mancha côr-de-laranja bem demarcada, que se estende até à face. As restantes partes inferiores são de um branco sujo, e por cima é de um castanho uniforme. As aves jovens são malhadas de castanho por baixo, e não apresentam tons alaranjados. É impossível distinguir os machos das fêmeas com base na morfologia externa, embora os primeiros sejam, em média, ligeiramente mais corpulentos. As suas vocalizações são consideravelmente variadas. O canto é muito melodioso, variado, e por vezes um pouco melancólico. É muito vocal, e pode fazer-se ouvir durante quase todo o ano. Para além do canto propriamente dito, emite chamamentos que podem soar como tic-tic-tic-tic, ou szziiiii.
DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA
É uma ave tipicamente europeia, embora também ocorra no Médio Oriente e Norte de África. Em Portugal a sua distribuição é variável, conforme a altura do ano. No Outono/Inverno encontra-se por todo o lado, das montanhas às cidades, do norte ao sul, e do interior ao litoral. Na Primavera/Verão tem uma distribuição alargada a norte do Tejo, mas a sul é escasso, concentrando-se nas regiões mais húmidas e próximas do litoral. Encontra-se, por exemplo, nas Serras da Arrábida, Grândola e Monchique. Na Madeira e na maioria das ilhas do Açores está presente todo o ano. É uma ave muito abundante (uma das mais abundantes no país), sobretudo durante a época fria.

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO
Comum como é, por toda a Europa, esta ave não suscita quaisquer preocupações no que diz respeito à sua conservação, tanto a nível nacional como internacional. Isto apesar de ser fácil de apanhar em armadilhas ("ratoeiras"), e portanto tradicionalmente bastante perseguido no campo. Esta perseguição ainda hoje se verifica, apesar do Pisco-de-peito-ruivo ser, como quase todos os pequenos Passeriformes, protegido por lei.

HABITAT
Tanto de Verão como de Inverno o Pisco-de-peito-ruivo surge numa enorme variedade de habitats, desde que tenham algum grau de cobertura arbórea ou apenas arbustiva. Encontra-se desde as matas agrestes no alto das serras do norte até ao centro das grandes cidades. No norte e centro tanto pode ser abundante em matas de folhosas como em coníferas. No entanto, nas áreas de invernada do sul é bastante mais numeroso em áreas de montado do que em pinhais. Nesta época também é extraordinariamente abundante em áreas de matagal mediterrânico, como os da Serra da Arrábida, e em olivais. Em regiões muito abertas, à partida inóspitas para a espécie, coloniza facilmente pequenas sebes ou qualquer vegetação que proporcione um abrigo mínimo. Durante a reprodução prefere zonas sombrias e com alguma humidade, como bosques fechados, jardins frondosos e matas ribeirinhas.

ALIMENTAÇÃO
Na Primavera/Verão o Pisco é quase exclusivamente insectívoro. Na verdade esta designação genérica significa que se alimenta não só de insectos, mas também de pequenas aranhas e outros invertebrados. Durante o Outono e Inverno, particularmente no sul da Europa, incluindo Portugal, torna-se parcialmente ou totalmente frugívoro. Nesta altura as suas fezes são negras ou côr de vinho, das cascas e polpas dos pequenos frutos ou bagas que ingeriu. Alimenta-se então das bagas de muitas espécies dos matagais mediterrânicos, como zambujeiros (ou oliveiras), aroeiras, medronheiros, madressilvas e folhados, entre outros. Nas áreas de montados ingere frequentemente partes de bolotas que foram parcialmente despedaçadas por outros animais. No norte da Europa também aceita alimentos sintéticos que lhe são oferecidos pelos amigos dos pássaros. Em períodos particularmente difíceis podem mesmo aventurar-se a apanhar minúsculos peixes em pequenos cursos de água.
REPRODUÇÃO
A nidificação desta espécie quase não foi estudada em detalhe em Portugal, havendo ainda muito por descobrir. Sabemos que a maioria cria de Abril a Julho, mas ocasionalmente podem ser observados ninhos activos no Outono ou mesmo em pleno Inverno. Por exemplo, o ornitólogo inglês William Tait observou uma ave jovem recentemente saída do ninho em 4 de Janeiro de 1884, nas imediações do Porto. Esta espécie é monogâmica e territorial. Os ninhos podem localizar-se em buracos no solo, taludes, muros, por entre raízes de árvores velhas e no interior de casas abandonadas. O ninho é volumoso, com uma base feita de folhas secas, e uma "tijela" central de musgo, ervas e pequenas folhas, revestida de material mais fino, incluindo cabelos, fibras vegetais e ocasionalmente penas. A postura geralmente é constituída por 4 a 6 ovos brancos ou ligeiramente azulados, com um número variável de pequenas manchas avermelhadas. A incubação dura 13 a 14 dias, e as crias permanecem no ninho em média cerca de 13 dias antes de o abandonarem.


MOVIMENTOS
Os Piscos-de-peito-ruivo que nidificam em Portugal são provavelmente quase todos sedentários. Por outro lado, os que aqui vêm apenas para passar o Inverno, são migradores bastante notáveis. Muitos são originários da Escandinávia, ou mesmo da Rússia. Muitos outros provêm da Europa Central e Ocidental. As primeiras aves migradoras geralmente surgem na última semana de Setembro e a espécie torna-se abundante logo desde o princípio de Outubro. Em Março dão-se a maior parte das partidas de volta às áreas de reprodução, embora algumas aves possam ainda permanecer nos territórios de invernada até ao princípio de Abril. Muitos dos Piscos invernantes voltam aos mesmos locais de invernada em Portugal de uns anos para os outros, conforme foi possível confirmar graças a estudos de anilhagem.

LOCAIS DE OBSERVAÇÃO
Pelo menos durante o Inverno, o Pisco-de-peito-ruivo pode observar-se em qualquer local, incluindo parques e jardins nas vilas e cidades.
CURIOSIDADES
Este é um dos poucos Passeriformes europeus em que as fêmeas cantam regularmente, durante o Inverno, com vocalizações muito semelhantes às dos machos. Os níveis de hormonas masculinas nas fêmeas são então muito elevados. Provavelmente graças a isto, tantos os machos como as fêmeas podem defender territórios nas áreas de invernada.
BIBLIOGRAFIA

Catry, P., R. Rebelo, M. Lecoq 1 A. Campos (1999). Diferenças marcadas na actividade vocal de piscos Erithacus rubecula invernantes em biótopos distintos. Resultados preliminares. Actas do II Congresso de Ornitologia da SPEA. SPEA, Lisboa.

Cuadrado, M. (1995). Site fidelity and territorial behaviour of some migratory passerine species overwintering in the Mediterranean area. Tese de Doutoramento, Universidade de Lund.

Lack, D. (1945). The life of the robin. Whiterby, London.
Rufino, R. (Coord.) (1989). Atlas das aves que nidificam em Portugal Continental. CEMPA. SNPRCN, Lisboa.

Schwabl, H. (1992). Winter and breeding territorial behaviour and levels of reproductive hormones of migratory European robins. Ornis Scandinavica 23: 271-276.

Snow, D.W. e C.M. Perrins (1998). The Birds of the Western Palearctic. Concise Edition. Oxford University Press, Oxford.

Campo de Férias Páscoa 2017


John Muir disse uma vez: “Milhares de pessoas cansadas, estressadas e exageradamente civilizadas estão a começar a descobrir que ir às montanhas é como ir para casa: a natureza é uma necessidade.”

Tanto adultos como crianças estão hoje menos ligados à Natureza vendo-a como algo distante, mais do que fisicamente, até e fundamentalmente na familiaridade, no contacto, no conhecimento, no saber estar e viver lá confortável, sem medo, em alegria e aprendizagem constante.
Com esta iniciativa pretendemos dotar os jovens de conhecimentos base, ferramentas e habilidades de sobrevivência, que aliadas à criatividade e conexão inatas e em contexto de cooperação, lhes permitam sentir-se tão à vontade e seguros na Natureza como na sua própria casa. Afinal, é isso mesmo que ela é.

REWILD ~ CAPACITAR ~ COOPERAR ~ CRIAR


Monitores:
Tito Lopes
Rui Pessoa Vasques
Daniel Beça


Participação:
210€
Regime de acampamento
O valor inclui: Alimentação e transporte a partir de Lisboa


PROGRAMA

1.      Recepção | Camping
1.1.   Montagem de tendas
1.2.   Construção de estruturas de sombra
1.3.   Realização da fogueira de tribo (apresentações, animal protector, histórias da natureza)
1.4.   Música à volta da fogueira
1.5.   Jogos de apresentação

2.      Aprender a ver sinais
2.1.   Pistas de animais na Natureza
2.2.   Como encontrar alimento selvagem
2.3.   Como encontrar água
2.4.   Fogueira | Cozinhar alimentos
2.5.   Orientação geográfica
2.6.   Leitura e compreensão da Natureza

3.      Construir abrigos
3.1.   Construir uma cabana com troncos e canas
3.2.   Construir uma casa em barro
3.3.   O telhado verde
3.4.   Os diferentes tipos de materiais e técnicas para abrigos de emergência

4.      A produção de alimentos
4.1.   Semear e plantar a horta
4.2.   Como gerir a horta
4.3.   As árvores de fruto
4.4.   Um viveiro florestal

5.      Relacionamentos sociais
5.1.   O reforço do eu e consciência pessoal
5.2.   O reforço do respeito ao outro e espírito de grupo
5.3.   O conselho de tribo e capacidade de decisão conjunta
5.4.   Trabalhar em cooperação

6.      A arte e criatividade na Natureza
6.1.   Cores e padrões naturais
6.2.   Escultura na Natureza
6.3.   Pintura e gravura com pigmentos naturais
6.4.   Land art
6.5.   O desenho e leitura da paisagem natural

7.      Energias: como usar
7.1.   A nossa energia pessoal
7.2.   A energia do sol
7.3.   A energia do vento
7.4.   A energia da água
7.5.   A energia do fogo

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INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:
(+351) 966 237 047 - Tito
projecto.regenerar@gmail.com

Um Olhar do fotógrafo Steve Stoer, sobre o Projecto e local


Fonte: https://www.behance.net/gallery/48795157/PROJETO-REGENERAR_IDANHA-A-NOVA



PROJETO REGENERAR_IDANHA A NOVA
CENTRO DE VIVÊNCIAS EM ECOLOGIA REGENERATIVA:
Regeneração da Natureza, Regeneração das Relações e Comunidades, Regeneração da Consciência e Individualidade.
Desenvolvimento Sustentável:

Um passeio pela quinta numa bela tarde de inverno guiada por Tito Lopes. A noite foi luminosa, o céu estrelado.


Curso de Introdução à Agricultura Regenerativa




Como obter e produzir alimentos conservando e regenerando a Natureza?

A obtenção de alimento é uma das actividades humanas que mais desgasta a Natureza e deixa a maior pegada ecológica. No entanto podemos fazer diferente. Através de um conjunto de escolhas e técnicas, essa mesma actividade pode transformar-se de parasitária a benéfica para a Natureza e para todos.


PROGRAMA
17, 18, 19 e 20 Março
Quinta dos Salgueiros - Idanha-a-Nova

I. HORTICULTURA ECOLÓGICA
· Desenho e planeamento da horta
· Solos
· Plantação e sementeiras
· Biodiversidade
· Sistemas de rega
· Tratamentos, sanidade e fertilização

II. FOOD FOREST
Criação de habitats semelhantes aos selvagens com grande incremento de biodiversidade e riqueza natural, que permitem a plantação, desenvolvimento e obtenção de múltiplos espécimes e produtos alimentares de variada ordem.
· Leitura e compreensão da Natureza
· Análise e diagnóstico de factores naturais
· Desenho de uma floresta de alimentos
· Escolha das espécies – compatibilidades e conciliações
· Reprodução de plantas em viveiros

III. ALIMENTOS SELVAGENS
Aproveitando a abundância e generosidade da Natureza.
· Reconhecimento de plantas, raízes, frutos e fungos selvagens
· Recolha e conservação
· Respeito pelo equilíbrio e continuidade
· Confeção de alimentos com estes bens

FORMADOR: Tito Lopes
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VALORES ÉTICOS (os valores abaixo referem-se aos 4 dias de formação):
Formação: 80

Opcionais:
Alimentação: 45 

Alojamento: Se pretender dormir no local (4 noites)
· Tenda: 8 
· Dormitório/camarata: 20
· Quarto duplo (Cama casal com wc partilhado): 80


Extras (Participação opcional e gratuita):
Prática de yoga/meditação diária (a confirmar). Princípios de comunicação não-violenta. Desenho de projecto.

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INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

tlf _ 966 237 047 (Tito)
email _ projecto.regenerar@gmail.com 


O Homem e a Terra



Num post anterior  https://projectoregenerar.blogspot.pt/2017/01/ahistoria-natural-do-centro-regenerar.html , foi feita uma descrição técnica e prática do que tem vindo a ser o processo de Regeneração desta Terra, através das intervenções que foram feitas.

No entanto existe toda uma outra experiência e processo paralelos, que é tão ou ainda mais importante partilhar, e que nesse sim, está a verdadeira intervenção e relação com a Terra e todos os seres vivos que aqui existem actualmente.

Quando estava a pensar o que escrever aqui, ocorreu-me a frase “tantas vezes nestas árvores e seres vivos procurei consolo, nos últimos quatro anos em que a vida deu voltas e reviravoltas”.
Mas também, tantas ou ainda mais vezes, fui eu consolar aqueles com quem compartilho a vida neste espaço. Mas não só os humanos… Foi principalmente os de folhas, os de asas, de pelo, ou penas, ou escamas. Os pequeninos e os grandes.

Muitos dias passei a plantar e trabalhar, mas outros tantos passei somente a contactar e conectar com todas aquelas plantas e animais. Até com as partículas de solo que ali existem e não são menos importantes, pelo que não lhes dedico menos atenção e energia.

Fui muitas vezes dar-lhes força, apoio e consolo (e continuo) quer quando a geada aperta demais, com um frio que queima, quer quando o sol forte os obriga a recolher (à sombra ou em si próprios), ou o vento sopre forte de mais. Ou a agua seja demais, ou de menos. E na verdade isto é altamente agradável e simples, é só estar ali a sentir…. E tudo á volta sente. Falamos assim, por ali! Em sentimentos…

O vento, a chuva, o sol, o pó, tudo faz parte disto! E alegra e anima, quando gotas de suor pingam o chão (acontece mesmo), o saber que as minhas moléculas, se misturam com aquela terra, se transformam nela, em que passamos a ser um todo. Um. O todo.

É uma experiência indescritível! São cada vez mais momentos de deslumbramento total com as 3 vidas. A nossa Vida, Todas as outras Vidas, e a Vida do Todo. Esta assombrosa teia de sei lá o quê!...
É aqui que me surge a já conhecida ideia, de que, não é no fim que está o sucesso, mas no processo e caminho em si…

E todas as centenas de árvores que já começam a marcar a sua presença na paisagem. Todas as outras centenas que estão ainda discretas, mas sei que estão lá e bem. A sementes que sei lá estarem, á espera da primavera. Todos os animais selvagens que aumentam a cada ano, em numero e em formas diferentes (espécies). Isto mexe de Vida e dinâmicas.

Sentir aquele solo cada vez mais vivo, mais forte, mais fértil, que vai potenciar o crescimento de tudo, que vai fortalecer ainda mais e fazer crescer ainda mais e... Não pára! É assim que a Natureza se manifesta. É assim que a Vida se manifesta, é assim que nós nos manifestamos.

Ninguém deveria passar pela vida sem sentir um amor assim à Terra, porque a terra ama-nos assim…. É justo!

É isto e muito mais. E não encaro isto como prosa ou poesia! É mesmo o que é, descrito de forma objectiva e simples.


Experimentem! Vale mesmo a pena!

A história natural do Centro Regenerar




De uma forma resumida iremos aqui expor o processo de Regeneração Natural do espaço em que nos situamos, sendo que na continuação de agora em diante iremos acompanhando e divulgando os resultados e evolução das intervenções que iremos descrever em seguida

Este espaço foi adquirido 15 anos atrás e anteriormente a isso a utilização tinha sido agrícola e/ou pecuária. Após a compra, na parte natural de 4 hectares, foi iniciada uma gestão na perspectiva única da biodiversidade e habitas selvagens. Por isso foi deixado em pousio, para regeneração dos solos, permitindo as constantes acumulações de matéria orgânica e consequente aumento da biologia e dinâmicas orgânicas nos solos

A vegetação tendencial da zona, sendo terrenos de aluvião nas margens do rio Ponsul, seria constituída maioritariamente por salgueiros, freixos, choupos, ulmeiros e outras espécies ribeirinhas.

Para alem destas espécies existiam varias árvores de frutos (marmeleiros, figueiras, laranjeiras, pereiras. Romãs e dióspiros) lódãos (celtis australis) e alguns choupos, na margem do rio Ponsul

Na altura foi deixado livre espaço à regeneração e proliferação natural destas espécies, com algum incentivo humano, e foram paralelamente plantados, nas zonas mais altas e secas, muitos sobreiros, pinheiros bravos, azinheiras, zambujeiros e alguns ciprestes.

Em 2011 aconteceu um fogo violento que queimou toda a vegetação existente. Muitas das arvores foram danificadas e secaram a copa, tendo iniciado regeneração de touça. No solo, toda a biomassa ainda não decomposta foi reduzida a cinzas

Desde então tem sido aplicada a abordagem e design em Permacultura, conciliado com a perspectiva da gestão de habitats selvagens, o que de alguma forma se pode dizer que resulta numa forma particular de floresta de alimentos

Desde 2012 foram plantadas no local cerca de 3000 arvores, das quais se prevê terem sobrevivido 80 a 90 por cento

Tem havido muita regeneração espontânea de freixo e salgueiro e os diospireiros, abrunheiros e choupos ardidos, reagiram em intensa rebentação de raiz, estando actualmente a formar pequenos bosquetes

As espécies nativas plantadas foram
  • ·         Azinheira (Quercus rotundifólia)
  • ·         Sobreiro (Quercus suber)
  • ·         Carvalho cerquinho (Quercus faginea)
  • ·         Carvalho negral (Quercus pyrenaica)
  • ·         Medronheiro (Arbutus unedo)
  • ·         Cornalheira (Pistácia therebinthus)
  • ·         Zimbro (Juniperus oxycedrus)
  • ·         Pinheiro manso (Pinus pinea)
  • ·         Zambujeiro (Olea europaea silvestres)
  • ·         Pilriteiro (Crataegus monogyma)
  • ·         Folhado (ViburnumTinus)
  • ·         Aroeira (Pistacia lentiscus)
  • ·         Ulmeiro (ulmus minor)
  • ·         Sabugueiros (Sambucus nigra)
  • ·         Loureiros (Laurus nobilis)
  • ·         Amieiro (Alnus glutinosa)
  • ·         Esteva (Cistus ladanafer)
  • ·         Piorno (citysus scoparius)
  • ·         Roselha (cistus crispus)
  • ·         Sanguinho (Rhamnus alaternos)
  • ·         (Phylirea angustifolia)

As Naturalizadas
  • ·         Lodão (Cletis australis)
  • ·         Pinheiro de halepo (Pinus halepensis)
  • ·         Cipreste do buçaco (Cupressus lusitânica)
  • ·         Cipreste dos cemitérios (Cupressus sempervirens)

·          

De há dois anos para cá, e na recente abordagem da floresta de alimentos, começaram a ser plantadas arvores de frutos, que se tentou serem maioritariamente de variedades tradicionais, obtidas em raids a hortas abandonadas, ofertas e trocas com amigos, relação com associação colher para semear e alguns fruticultores que ainda têm estas variedades.

No entanto a grande maioria resulta de reprodução em viveiro, com recurso a sementes aproveitadas da fruta consumida.

Este processo, geneticamente torna-se impossível de prever quais serão as características das árvores e respectivos frutos, pelo que dentro de mais um ou dois anos, quando iniciar a produção, saberemos o que resulta

Quanto a estas árvores, que são de frutas em versão “bravo”, poder-se-á optar por posteriores enxertias. No entanto e actualmente, consideramos mais interessante aproveitar a diversidade genética e ver o que resulta, mesmo que não se tratem de variedades ou árvores super-produtivas como é a tendência e preferência actual
Neste contexto foram plantadas
  • ·         Pereiras
  • ·         Macieiras
  • ·         Nespereiras
  • ·         Pessegueiros
  • ·         Cerejeiras
  • ·         Romanzeiras
  • ·         Ameixeiras
  • ·         Nogueiras
  • ·         Ginjeiras
  • ·         Aveleiras
  • ·         Castanheiros
  • ·         Amendoeiras
  • ·         Figueiras
  • ·         Abacateiros

De arbustivas e trepadeiras, foram plantados
  • ·         Alecrins
  • ·         Alfazemas
  • ·         Physalis
  • ·         Goji
  • ·         Groselheiras
  • ·         Framboesas
  • ·         Videiras
  • ·         Madressilvas
  • ·         Eleagnus ebingueli

Anterior a todas as plantações foi implantado na maioria do terreno um sistema de distribuição de agua em keyline, beneficiando da agua do regadio que deste modo, pode chegar a quase todo o terreno

Foram construídos 5 lagos de variadas dimensões

Desde o referido incêndio, tanto a erva, como silvados, e uma pioneira exótica (dietrichia viscosa), têm proliferado e crescido cada ano mais vigorosamente. Desde há um ano atrás, a aquisição de uma moto roçadora com lamina de destroçar, permitiu fazer cortes nesta vegetação, o que tem possibilitado uma mais rápida e maior deposição de biomassa. Sendo que esse efeito já se nota claramente, pois para alem da fertilidade estar muito potenciada, também a sucessão natural da vegetação começa a mudar, para um terceiro estagio de regeneração. De prado para matos e agora a entrar em processo de solo florestal, com a proliferação abundante de fungos que se alimentam da muita matéria orgânica e carbono existentes.