Situado em Idanha-a-Nova, este é um espaço de actividades e iniciativas com vista à Cura e Regeneração de sistemas naturais e humanos. Permacultura, Ecologia profunda, Ecosofia e Escuta Ativa são os princípios a partir dos quais partimos para experimentação e implementação de soluções, com vista à aquisição de modelos regenerativos integrados.
Consumir produção local- Prós e contras
Traduzido de: Tom Zeller Jr
É uma verdadeira máxima do movimento ambientalista moderno: Para ajudar a curar o planeta,
Consuma produção local.
Se fosse assim tão simples seria óptimo.
Um número crescente de estudos, incluindo um recentemente publicado na revista Environmental Science & Technology, sugerem que a aritmética económica subjacente à nossa produção de alimentos e sistema de distribuição é profundamente complexa, tornando-se cada vez mais difícil confiar na etiqueta como soluções automática.
A análise mais recente, liderado por David Cleveland, professor de estudos ambientais da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, olhou para as frutas e produtos hortícolas no Condado de Santa Barbara, uma região de abundante produção de frutos e produtos hortícolas. O município detém uma das maiores percentagens de toda a produção agrícola Nacional dos Estados unidos.
E Santa Bárbara, com os seus mercados de agricultores, a agricultura biológica, a germinação de redes de Agricultura Sustentada pela Comunidade, e outros verde, parece um local propício para a aplicação do conceito do consumo de produtos locais.
Mas o professor de Cleveland e os seus co-autores, a maioria deles ex-alunos de graduação no Programa de Estudos Ambientais , encontraram mais de 99 por cento dos produtos produzidos no condado de Santa Barbara, são na verdade exportados e cerca de 95 por cento do produto consumido no concelho é importado de outros lugares.
Alguns dos alimentos são importados de longe, do Chile e na Argentina. A origem mais remota? Nova Zelândia.
Os pesquisadores também concluíram que, mesmo que a situação fosse corrigida de alguma forma, e todos os produtos cultivados em Santa Barbara County permanecessem no local (vendido e consumido dentro do município), o impacto nos gases com efeito de estufa seria insignificante, a redução das emissões a partir do sistema agro-alimentar seria menos de um por cento do total.
Apesar do cache e popularidade em torno do movimento "Local" , Cleveland argumenta: O transporte realmente representa apenas uma parte muito pequena da pegada ecológica do agro negócio.
Esta não é uma noção revolucionária . Estudos anteriores demonstraram que, apesar da grande atenção dada ás grandes distâncias que muitos produtos agrícolas agora viajam num sistema alimentar globalizado, a fase de produção domina nas emissões de gases com efeito estufa.
O mesmo estudo sugere que ao reduzir o nosso consumo em determinadas categorias de alimentos que contribuem descontroladamente para a alta nas emissões durante a produção, especialmente carne vermelha, faria muito mais para ajudar o planeta do que tentar ir consumir local.
Evitar comer por semana metade de calorias da carne vermelha e lacticínios optando antes por frango, peixe, ovos ou uma dieta à base de vegetai, os autores encontraram dados para garantir que se alcança mais a redução [gases de efeito estufa] do que comprar todos os alimentos de origem local.
Cleveland acredita que a sua análise sugere precisamente o que há de errado com o ênfase na "comida local" como uma espécie de meta ou fim em si mesmo.
"A vantagem aqui é concentrar apenas na localização - ou seja, km no alimento tem um monte de custos, intermediários e tudo isso", disse Cleveland ao The Huffington Post. "Mas se permitir que essa se torne a sua estratégia ou o objetivo de alimentar o seu sistema, você pode estar enganado e não melhorar realmente alguma coisa."
É melhor escolher outros objectivos, como a melhor nutrição da comunidade, para os quais a agricultura local é uma componente necessária mas não suficiente, disse Cleveland ,
De fato, os pesquisadores notaram que, embora o potencial para o produto cultivado localmente para melhorar a alimentação da comunidade seja importante, principalmente entre famílias de baixo rendimento, basta substituir as frutas e vegetais locais para outros importados que não serão automaticamente ter um efeito significativo."
"Aqui actuam muitos outros intervenientes, obstáculos culturais, sociais, económicos e geográficos, incluindo a política agro-alimentar nacional", escreveram os autores no estudo. Para melhorar a nutrição através de "consumir local" de uma comunidade inteira, uma série de outras mudanças seriam necessárias para superar esses obstáculos."
O trabalho e mão de obra cria outro problema. "A colheita de morangos - que é feito por imigrantes, e os imigrantes vêm de algum lugar, não aparecem por magia", disse Cleveland.
"As comunidades no sul do México estão sendo destruídas por políticas económicas deste país que levam as pessoas a trabalhar em comunidades agrícolas norte-americanos e vão chegando à medida que se torna "local" o nosso sistema alimentar. Queremos um sistema alimentar, mas não à custa das famílias e comunidades noutro lugar." (Nota do tradutor: Isto porque o correcto seria incentivar investimentos e actividades de produção no lugar onde existem estas comunidades mexicanas, para fixar as família com qualidade de vida no lugar onde gostariam de estar, a sua terra)
Estes são os tipos de alvos e as questões que os activistas dos alimentos devem ter em conta,
"Comer local", disse ele, "mas não se iludam ao pensar que é o fim do jogo."
Home - a nossa casa (o filme)
UMA HOMENAGEM, UM ALERTA, UMA OBRA-PRIMA
Link com melhor qualidade de imagem (em inglês)
http://youtu.be/jqxENMKaeCU
DESFRUTEM
Curso (muito) prático de hortas ecológicas em quintais urbanos
“Mãos á terra”
Curso (muito) prático de hortas ecológicas em quintais urbanos
28 Maio 2010 entre as 10,30 e as 17,00
Num curso de 6 horas os participantes fiarão a saber efectivamente como iniciar e fazer uma horta ecológica num quintal, pois irão participar de todo o processo de instalação de uma horta in loco:
1. A concepção e design
2. A preparação dos solos
3. A criação do composto
4. As plantações e sementeiras
5. A manutenção
6. A instalação do sistema de rega
7. A protecção e fitossanidade
No final os participantes recebem um manual em pdf de agricultura biológica, uma tabela de consociações de culturas e uma tabela de tratamentos e controle de pragas e doenças
Custo: 35 euros
Local: rua de ponta delgada nº 3, 1º (proximo da Espiral, na Estefânia-Lisboa)
Contactos
cultivarbiodiversidade@gmail.com
Telefone 966237047
O que é e como se inícia uma horta ecológica
O cultivo de alimentos é tipicamente visto como uma forma de arte ou trabalho duro e pesado. Não é de admirar que poucas pessoas pensem em fazê-lo num nível sério. Mas e se surgir uma técnica que seja tão fácil e tão prolífica que, mesmo o mais ocupado executivo da empresa poderá fazer crescer uma quantidade significativa dos alimentos para a família em menos tempo do que leva a deslocação aos mercados. A agricultura ecológica pode ser a resposta.
As minhas hortas não foram diferentes de qualquer outras durante muitos anos, pois tinha a referncia de agricultura biológica do meu avô, mas em modo tradicional de manutenção, pelo que ia fazendo gradualmente algumas mudanças. A primeira e provavelmente a mais significativa foi adensar as plantas muito mais numa determinada área. A segunda mudança foi a de não escavar o solo, e em terceiro lugar, melhorei o sistema de compostagem.
Uma vez que estas estratégias simples estavam em prática notei a horta a criar vida própria. As ervas chamadas “daninhas” praticamente pararam de crescer nos canteiros e as plantas começaram a viver muito mais tempo. A horta podia suportar longos períodos sem água, produzia mais do que necessitava e podia colher em todos os dias do ano. Depois de algum tempo consegui aquilo que pretendia, criar um ecossistema composto de plantas comestíveis, que se comporta exactamente da mesma maneira que um habitat natural. E em tal situação tornamo-nos mais um observador que um agricultor á medida que a natureza toma as rédeas das dinâmicas da horta.
Uma coisa maravilhosa na natureza é que ela trabalha incansavelmente, 24 horas por dia, sete dias por semana. A Natureza segue leis muito simples e funciona da mesma forma, em qualquer sistema, em qualquer lugar do mundo. Quando criamos um jardim ecológico, estamos a criar um sistema vivo. Ao entrar por ai, temos a natureza a trabalhar para nós, e não contra nós
O que são nichos ecológicos e porque são importantes
Um ecossistema primitivo é composto de milhares de componentes vivos e não vivos todos coexistindo numa determinada área. Cada componente de vida ocupa o seu nicho próprio e isto é o mais importante de compreender, ao criar um jardim ou horta ecológicos.
Num ecossistema natural, cada espaço deixado livre é imediatamente ocupado por muitos seres e espécies, lutando desesperadamente pela sobrevivência e dominância.
Quando olhamos para uma horta tradicional nesta perspectiva, o que vemos é um sistema muito antinatural. Há uma diversidade muito pequena e muitos nichos vazios. A natureza impõe a sua vontade e leis sobre as hortas, exactamente da mesma maneira que em qualquer outro ecossistema, e isso significa que os espaços vazios serão preenchidos o mais rapidamente possível.
No entanto, numa horta tradicional não existem sementes desejáveis á espera para preencher os espaços disponíveis, ao invés, surgem as ervas daninhas das sementes que lá estavam.
A solução é criar uma horta que tenha preenchido todos os nichos disponíveis, para que as ditas ervas daninhas não tenham oportunidades. Podemos fazer isso ao plantar a horta muito bem, com uma gama diversificada de plantas hortícolas de diferentes formas e características. O resultado é uma plantação em sistema denso. A densidade também cria um micro-clima altamente protegido. Esse ambiente ideal de crescimento faz com que suas plantas possam durar muito mais tempo.
Como gerir uma horta/jardim ecológico
Gerir uma horta ecológica é diferente de uma horta tradicional. Há muito menos que fazer. O nosso papel é mais de observador e regulador pontual em que se constata o espaço num estado contínuo de mudança suave, como um ecossistema natural. Isso pode ser difícil, pois nós, seres humanos, temos a tendência de controlar e interferir com todas as coisas. Este estilo de agricultura requer uma grande dose de fé e confiança nas leis naturais. Claro que haverá momentos em que é necessário intervir e direccionar o sistema na forma que pretendemos, no entanto, isso é quase sempre porque determinadas espécies de plantas hortícolas estão com muito sucesso e o ecossistema está em risco de perder a diversidade.
Gestão de Pragas
A natureza densa e misturada de forma natural na horta ecológica, contribui muito para a gestão de pragas pela forma da prevenção. As pragas geralmente localizam a sua planta espécie-alvo através da visão ou cheiro. Imagine-se o quão mais difícil é ver a planta-alvo quando o seu contorno é obscurecido por um mar de verde. E como na terra poderia sentir o cheiro da sua planta-alvo quando há tantos cheiros misturados e em conflito, pelo que não podemos esquecer a escala, pois tratando-se de insectos tudo é enorme e muito distante.
Elimina a necessidade de rotação de culturas
A rotação de culturas é praticada pelos jardineiros dedicados por uma razão muito boa. Plantas diferentes requerem diferentes minerais do solo, em diferentes proporções. Depois que uma área foi plantada com uma determinada espécie, o solo pode ficar empobrecido de certos minerais. Para diminuir os efeitos desse empobrecimento e desequilíbrio, uma cultura diferente será plantada no ano seguinte.
Uma técnica de fertilização natural, periodicamente cultivam-se plantas leguminosas que funcionam como adubos verdes, como sejam ervilhas, favas ou trevos. Estas plantas absorvem o nitrogénio da atmosfera e libertam-no para a terra através das raízes.
No entanto, a rotação de culturas não é necessária na agricultura ecológica, pois plantio misto neutraliza os efeitos da depleção mineral, sendo que uma única espécie não domina uma única área. Da mesma forma, o adubo verde não é necessário por o nitrogénio ser abastecido de duas maneiras. Em primeiro lugar, através da plantação de leguminosas comestíveis, como ervilhas e feijões dentro da mistura. E em segundo lugar, pela adição de composto na superfície de todas as áreas desprotegidas.
Compostagem
O composto é uma parte importante do jardim ecológico e é um bem muito valioso, neste blog há outros artigos mais específicos sobre compostagem mas faço aqui também um resumo. A compostagem é uma forma de construção de nutrientes valiosos alimentam a terra, as plantas e no final, a nós próprios. Deitamos fora grandes quantidades de restos orgânicos das coisas que compramos e na verdade estamos a comprar nutrientes, e a deitá-los para o lixo, numa perspectiva de ecologia. É um fluxo de nutrientes que flui numa única direcção, com um camião do lixo como agente final.
Ao fazer compostagem utilizamos os nutrientes de novo, não tendo que comprá-los pela segunda vez. Na verdade, estamos criando um sistema que é auto-sustentável. A compostagem é um veículo em que somos capazes de criar um ciclo de nutrientes dentro da nossa propriedade em que voltam para a compostagem e, lentamente, fazem o caminho noutra forma útil de consumo. Este ciclo pode continuar indefinidamente.
Deitar fora a enxada
Os ecossistemas naturais não necessitam de jardineiros com pás e enxadas para em cada temporada transformar o solo, e a horta também não. No entanto, é melhor não andar e pisar os canteiros da horta pois isso irá causar compactação desnecessária. É claro que isso requer a instalação de vias permanentes, que são posicionados de forma que o jardineiro pode ter fácil acesso ao terreno.
Cavar o solo perturba a estrutura do mesmo o que, por sua vez, reduz a capacidade de transferir valiosos nutrientes para as plantas. A perda de estrutura do solo também reduz a capacidade de reter água. Desenvolver uma boa estrutura é realmente a melhor técnica de conservação de água, e quando praticado em conjunto com plantação densa, cria um gestão do solo holística em ecologia.
A plantação densa cria sombra sobre a superfície dos solos, eliminando o encrostamento superficial, que provoca o escoamento e esgotamento de nutrientes. Desenvolvendo uma melhor estrutura permitirá aos organismos o que eles fazem melhor - transformar matéria orgânica em nutrientes disponíveis, como resultado de um solo rico e vivo.
Auto Sementeira
Se tivermos a sorte de visitar uma floresta tropical intacta ficaremos fascinados pelas copas altas. No entanto, o futuro da floresta tropical está no solo em forma de sementes - pequenas células de vida à espera da sua oportunidade de prosperar. Se vamos criar um jardim/horta ecológico, então temos de ter a certeza de que terá um futuro.
Ao permitir que algumas plantas produzam sementes, podemos construir reservas das mesmas, tal como a floresta tropical. E também como na floresta tropical, devemos ter o objectivo de milhares de sementes de muitas variedades espalhadas por toda a parcela.
A maioria dessas sementes nunca irão germinar, porque na horta ecológica os nichos estão tão cheios, que as oportunidades para uma germinar são limitadas. No entanto, eventualmente, uma planta vai ser removida e comida e um espaço nicho fica vazio. Se existem inúmeras sementes dormentes, as hipóteses do nicho vir a ser preenchido são certas.
Quem poderá criar um jardim ecológico?
Absolutamente todos, desde os agricultores aos moradores moradia do centro da cidade. Pode parecer estranho, mas se nunca tiver cultivado alimentos, então está em vantagem. Pois os agricultores experientes podem ter dificuldades na adopção de algumas técnicas de agricultura ecológica, pois é difícil deixar a necessidade de controlar o sistema.
Como espécie, os humanos prosperaram quando aprendemos a cultivar os alimentos usando enxada e outros métodos agrícolas tradicionais, por isso é difícil voltar para onde viemos - a natureza de tal modo nos parece certo o sistema ancestral. Mas se conseguirmos abandonar ou gerir a nossa necessidade de controlar todos os seres vivos no planeta, e em sucessão, começar a trabalhar com a natureza, nós realmente ganhamos mais controle por sermos capazes de cultivar alimentos de forma mais eficiente do que nunca. É um paradoxo - mas funciona!
Mini-horta ecológica
Se vive num apartamento ou moradia urbana sem terra, poderia criar um mini-jardim ecológico a partir de uma série de contentores. Caixas com orifícios de drenagem são ideais. Paletes também são uma boa solução. Com um a boa mistura de terra fértil, organizá-las lado a lado, utilizando tantos quantos possam caber na sua varanda ou pátio. Ao invés de desenvolver um sistema de compostagem de grande porte, poderia comprar um minhocário.
Uma vez que os recipientes são criados, basta adoptar o método de jardinagem ecológica. Artigos sobre este tema podem ser enconrados noutras postagens neste blog.
Método da horta Ecológica-os princípios fundamentais.
1. Plantar densamente
2. Plantar uma diversidade de plantas dentro de uma determinada área
3. Obter um bom sistema de compostagem
4. Permitir que algumas plantas de cada espécie produzam sementes
5. Só interferir com o sistema quando uma única espécie de planta sobre domina e nesse caso, simplesmente remover as plantas em excesso quando são pequenas.
O cultivo de alimentos não é um trabalho árduo, especialmente com a natureza a ajudar. Uma área pequena pode fornecer elevadas recompensas em comida, poupando muito dinheiro por ano. A coisa mais interessante neste método é que saber que podemos ignorar a horta por semanas e não ser um problema.
As minhas hortas não foram diferentes de qualquer outras durante muitos anos, pois tinha a referncia de agricultura biológica do meu avô, mas em modo tradicional de manutenção, pelo que ia fazendo gradualmente algumas mudanças. A primeira e provavelmente a mais significativa foi adensar as plantas muito mais numa determinada área. A segunda mudança foi a de não escavar o solo, e em terceiro lugar, melhorei o sistema de compostagem.
Uma vez que estas estratégias simples estavam em prática notei a horta a criar vida própria. As ervas chamadas “daninhas” praticamente pararam de crescer nos canteiros e as plantas começaram a viver muito mais tempo. A horta podia suportar longos períodos sem água, produzia mais do que necessitava e podia colher em todos os dias do ano. Depois de algum tempo consegui aquilo que pretendia, criar um ecossistema composto de plantas comestíveis, que se comporta exactamente da mesma maneira que um habitat natural. E em tal situação tornamo-nos mais um observador que um agricultor á medida que a natureza toma as rédeas das dinâmicas da horta.
Uma coisa maravilhosa na natureza é que ela trabalha incansavelmente, 24 horas por dia, sete dias por semana. A Natureza segue leis muito simples e funciona da mesma forma, em qualquer sistema, em qualquer lugar do mundo. Quando criamos um jardim ecológico, estamos a criar um sistema vivo. Ao entrar por ai, temos a natureza a trabalhar para nós, e não contra nós
O que são nichos ecológicos e porque são importantes
Um ecossistema primitivo é composto de milhares de componentes vivos e não vivos todos coexistindo numa determinada área. Cada componente de vida ocupa o seu nicho próprio e isto é o mais importante de compreender, ao criar um jardim ou horta ecológicos.
Num ecossistema natural, cada espaço deixado livre é imediatamente ocupado por muitos seres e espécies, lutando desesperadamente pela sobrevivência e dominância.
Quando olhamos para uma horta tradicional nesta perspectiva, o que vemos é um sistema muito antinatural. Há uma diversidade muito pequena e muitos nichos vazios. A natureza impõe a sua vontade e leis sobre as hortas, exactamente da mesma maneira que em qualquer outro ecossistema, e isso significa que os espaços vazios serão preenchidos o mais rapidamente possível.
No entanto, numa horta tradicional não existem sementes desejáveis á espera para preencher os espaços disponíveis, ao invés, surgem as ervas daninhas das sementes que lá estavam.
A solução é criar uma horta que tenha preenchido todos os nichos disponíveis, para que as ditas ervas daninhas não tenham oportunidades. Podemos fazer isso ao plantar a horta muito bem, com uma gama diversificada de plantas hortícolas de diferentes formas e características. O resultado é uma plantação em sistema denso. A densidade também cria um micro-clima altamente protegido. Esse ambiente ideal de crescimento faz com que suas plantas possam durar muito mais tempo.
Como gerir uma horta/jardim ecológico
Gerir uma horta ecológica é diferente de uma horta tradicional. Há muito menos que fazer. O nosso papel é mais de observador e regulador pontual em que se constata o espaço num estado contínuo de mudança suave, como um ecossistema natural. Isso pode ser difícil, pois nós, seres humanos, temos a tendência de controlar e interferir com todas as coisas. Este estilo de agricultura requer uma grande dose de fé e confiança nas leis naturais. Claro que haverá momentos em que é necessário intervir e direccionar o sistema na forma que pretendemos, no entanto, isso é quase sempre porque determinadas espécies de plantas hortícolas estão com muito sucesso e o ecossistema está em risco de perder a diversidade.
Gestão de Pragas
A natureza densa e misturada de forma natural na horta ecológica, contribui muito para a gestão de pragas pela forma da prevenção. As pragas geralmente localizam a sua planta espécie-alvo através da visão ou cheiro. Imagine-se o quão mais difícil é ver a planta-alvo quando o seu contorno é obscurecido por um mar de verde. E como na terra poderia sentir o cheiro da sua planta-alvo quando há tantos cheiros misturados e em conflito, pelo que não podemos esquecer a escala, pois tratando-se de insectos tudo é enorme e muito distante.
Elimina a necessidade de rotação de culturas
A rotação de culturas é praticada pelos jardineiros dedicados por uma razão muito boa. Plantas diferentes requerem diferentes minerais do solo, em diferentes proporções. Depois que uma área foi plantada com uma determinada espécie, o solo pode ficar empobrecido de certos minerais. Para diminuir os efeitos desse empobrecimento e desequilíbrio, uma cultura diferente será plantada no ano seguinte.
Uma técnica de fertilização natural, periodicamente cultivam-se plantas leguminosas que funcionam como adubos verdes, como sejam ervilhas, favas ou trevos. Estas plantas absorvem o nitrogénio da atmosfera e libertam-no para a terra através das raízes.
No entanto, a rotação de culturas não é necessária na agricultura ecológica, pois plantio misto neutraliza os efeitos da depleção mineral, sendo que uma única espécie não domina uma única área. Da mesma forma, o adubo verde não é necessário por o nitrogénio ser abastecido de duas maneiras. Em primeiro lugar, através da plantação de leguminosas comestíveis, como ervilhas e feijões dentro da mistura. E em segundo lugar, pela adição de composto na superfície de todas as áreas desprotegidas.
Compostagem
O composto é uma parte importante do jardim ecológico e é um bem muito valioso, neste blog há outros artigos mais específicos sobre compostagem mas faço aqui também um resumo. A compostagem é uma forma de construção de nutrientes valiosos alimentam a terra, as plantas e no final, a nós próprios. Deitamos fora grandes quantidades de restos orgânicos das coisas que compramos e na verdade estamos a comprar nutrientes, e a deitá-los para o lixo, numa perspectiva de ecologia. É um fluxo de nutrientes que flui numa única direcção, com um camião do lixo como agente final.
Ao fazer compostagem utilizamos os nutrientes de novo, não tendo que comprá-los pela segunda vez. Na verdade, estamos criando um sistema que é auto-sustentável. A compostagem é um veículo em que somos capazes de criar um ciclo de nutrientes dentro da nossa propriedade em que voltam para a compostagem e, lentamente, fazem o caminho noutra forma útil de consumo. Este ciclo pode continuar indefinidamente.
Deitar fora a enxada
Os ecossistemas naturais não necessitam de jardineiros com pás e enxadas para em cada temporada transformar o solo, e a horta também não. No entanto, é melhor não andar e pisar os canteiros da horta pois isso irá causar compactação desnecessária. É claro que isso requer a instalação de vias permanentes, que são posicionados de forma que o jardineiro pode ter fácil acesso ao terreno.
Cavar o solo perturba a estrutura do mesmo o que, por sua vez, reduz a capacidade de transferir valiosos nutrientes para as plantas. A perda de estrutura do solo também reduz a capacidade de reter água. Desenvolver uma boa estrutura é realmente a melhor técnica de conservação de água, e quando praticado em conjunto com plantação densa, cria um gestão do solo holística em ecologia.
A plantação densa cria sombra sobre a superfície dos solos, eliminando o encrostamento superficial, que provoca o escoamento e esgotamento de nutrientes. Desenvolvendo uma melhor estrutura permitirá aos organismos o que eles fazem melhor - transformar matéria orgânica em nutrientes disponíveis, como resultado de um solo rico e vivo.
Auto Sementeira
Se tivermos a sorte de visitar uma floresta tropical intacta ficaremos fascinados pelas copas altas. No entanto, o futuro da floresta tropical está no solo em forma de sementes - pequenas células de vida à espera da sua oportunidade de prosperar. Se vamos criar um jardim/horta ecológico, então temos de ter a certeza de que terá um futuro.
Ao permitir que algumas plantas produzam sementes, podemos construir reservas das mesmas, tal como a floresta tropical. E também como na floresta tropical, devemos ter o objectivo de milhares de sementes de muitas variedades espalhadas por toda a parcela.
A maioria dessas sementes nunca irão germinar, porque na horta ecológica os nichos estão tão cheios, que as oportunidades para uma germinar são limitadas. No entanto, eventualmente, uma planta vai ser removida e comida e um espaço nicho fica vazio. Se existem inúmeras sementes dormentes, as hipóteses do nicho vir a ser preenchido são certas.
Quem poderá criar um jardim ecológico?
Absolutamente todos, desde os agricultores aos moradores moradia do centro da cidade. Pode parecer estranho, mas se nunca tiver cultivado alimentos, então está em vantagem. Pois os agricultores experientes podem ter dificuldades na adopção de algumas técnicas de agricultura ecológica, pois é difícil deixar a necessidade de controlar o sistema.
Como espécie, os humanos prosperaram quando aprendemos a cultivar os alimentos usando enxada e outros métodos agrícolas tradicionais, por isso é difícil voltar para onde viemos - a natureza de tal modo nos parece certo o sistema ancestral. Mas se conseguirmos abandonar ou gerir a nossa necessidade de controlar todos os seres vivos no planeta, e em sucessão, começar a trabalhar com a natureza, nós realmente ganhamos mais controle por sermos capazes de cultivar alimentos de forma mais eficiente do que nunca. É um paradoxo - mas funciona!
Mini-horta ecológica
Se vive num apartamento ou moradia urbana sem terra, poderia criar um mini-jardim ecológico a partir de uma série de contentores. Caixas com orifícios de drenagem são ideais. Paletes também são uma boa solução. Com um a boa mistura de terra fértil, organizá-las lado a lado, utilizando tantos quantos possam caber na sua varanda ou pátio. Ao invés de desenvolver um sistema de compostagem de grande porte, poderia comprar um minhocário.
Uma vez que os recipientes são criados, basta adoptar o método de jardinagem ecológica. Artigos sobre este tema podem ser enconrados noutras postagens neste blog.
Método da horta Ecológica-os princípios fundamentais.
1. Plantar densamente
2. Plantar uma diversidade de plantas dentro de uma determinada área
3. Obter um bom sistema de compostagem
4. Permitir que algumas plantas de cada espécie produzam sementes
5. Só interferir com o sistema quando uma única espécie de planta sobre domina e nesse caso, simplesmente remover as plantas em excesso quando são pequenas.
O cultivo de alimentos não é um trabalho árduo, especialmente com a natureza a ajudar. Uma área pequena pode fornecer elevadas recompensas em comida, poupando muito dinheiro por ano. A coisa mais interessante neste método é que saber que podemos ignorar a horta por semanas e não ser um problema.
Respigar e Upcycling
RESPIGAR

Por outro lado há o incontornável paradigma de insustentabilidade do sistema económico e de gestão de recursos actual. Ninguém sabe aquilo que ainda virá. E num contexto de preparação e educação para a vida, mundo que vivemos muda rapidamente e não dispomos de conhecimento científico suficiente para prever as mudanças que se avizinham ao nível ecológico, sociológico ou económico. Não podemos, ensinar às crianças de hoje como se comportar amanhã, face aos desafios futuros. O melhor que podemos fazer é ajudá-las a desenvolver o seu potencial como seres humanos para que, a seu tempo, possam criar as melhores soluções.
Complementar ou em sucessão ao conceito e actividade de Respigar surge o conceito e actividade do conceito Upcycling.
Projectos "Respigar" e "Oficina de Sucata"
Recolha e angariação de objectos e de materiais
- Fomento de iniciativas e eventos de vendas ou trocas de materiais e bens usados
- Fomento e apresentação dos trabalhos de artesãos e artistas que utilizam este conceito nas suas matérias primas e trabalhos
- Partilhar e disseminar o conhecimento do trabalho e transformação das matérias e objectos
- Fomentar a criatividade e o design como ferramenta de novas soluções para a sustentabilidade
1. Reciclagem de conceitos e ideias através da realização de palestras, workshops, tertúlias.

4. Provenientes de agricultura Biológica.
5. Provenientes do comércio Justo.6. Artesanato de materiais aproveitados e reciclados.
- Restaurações de mobiliário
- Construção caixas ninho, pequenas casas fantasia) com restos paletes
- Papel reciclado
- Estofos em mobiliário restaurado
- Hortas em varandas.
- Hortas biológicas.
- Pequenas construções ecológicas/artísticas para quintais urbano
- Muitos outros ainda em concepção
- Construção de maquetas/paisagem com resíduos
- Jardinagem ecológica
- Construção maquetas
Ao nível das energias, támbem várias actividades devem ser pensadas e concebidas para dar a percepcionar as consequências e implicações, tanto dos nossos consumos directos energéticos, por um lado, como das necessidades de energia para elimin~ção ou reciclagem dos resíduos.
Neste contexto é necessária toda uma consciencialização complementar do cidadão por uma aprendizagem, (ou reaprendizagem) das nossas reais necessidades, hábitos e usufruto do consumo.
Tornar a população mais consciente e participativa, de forma a que cada um possa deixar de ser só parte do problema (que todos somos inevitavelmente, porque consumimos) mas também ser parte intrínseca e fundamental da solução
(Texto e conceito com direitos reservados) :"Cultivar Biodiversidade"
Proposta 2 a orçamento participativo- Janelas verdes
Janelas verdes
Projecto-piloto para Freguesia dos Anjos e Penha de França
1. Introdução e descrição
As cidades e respectivos espaços urbanos têm crescido num ritmo que tem vindo a acelerar-se durante todo o século XX, Mais recentemente, numa nova vertente de percepção e abordagem, percebeu-se que as bases ambientais de qualquer progresso futuro podem ser comprometidas por um crescimento económico desregrado e redutor dos recursos naturais.
O desenvolvimento e consciências ambientais, assim como qualidade de vida, são termos que passaram a fazer parte das preocupações gerais e do quotidiano. Da mesma forma que o termo sustentabilidade para os agentes intervenientes na gestão dos sistemas e percursos dos países.
Várias entidades internacionais enveredam pelo conceito desenvolvimento sustentável para indicar a nova filosofia do desenvolvimento que combina eficiência económica com justiça social e prudência ecológica.
O ordenamento urbano, a arquitectura, os hábitos de vida em nenhum modo tem contribuído de forma positiva para aquilo que se poderia chamar a harmonia e beleza estética da Cidade, que tem vindo a ficar de forma crescente mais cinzenta e “rectilínea”.
As Hortas-jardim em varandas, terraços e marquises são parte da paisagem urbana em muitas cidades do mundo, desde a Europa à América latina. Em Portugal não existem propriamente ditas, sendo o mais tradicional, no caso de Lisboa, a floreira com gerânios ou sardinheiras. No entanto e recentemente, tem vindo a ser um factor de crescente interesse pela população em geral
A varanda com vegetação |
A varanda sem vegetação |
As hortas verticais são multifuncionais e podem de imediato ter dois tipos de benefícios.
2. Benefícios para a comunidade pela prática
2.1. Permitem práticas sustentáveis que condicionam o microclima e o equilíbrio ecológico nas cidades, juntamente com todas as outras áreas verdes existentes e se em profusão, aumentam significativamente a área verde total da cidade.
2.2. É muito fácil ver a inegável vantagem estética para os edifícios urbanos pelo que se apresenta aqui uma varanda com e sem, e no contexto geral do prédio. Esta questão estética pode ter duas vantagens incontornáveis
2.3. Pelo factor turismo, uma mais-valia crescente para a actividade económica da cidade
2.3.1. Para a população, pois uma envolvência mais suave e bonita também proporciona um estado de espírito mais optimista, positivo e construtivo
2.3.2. A sanidade do lar, uma vez que a existência de barreiras vegetais nas janelas das casas funcionam como um filtro para os gases e sobretudo as poeiras em suspensão provocadas pelo tráfego automóvel.
2.4. Beneficiação da biodiversidade através do incentivo ao continuo vegetal, o que permite a transição de espécies selvagens dos jardins para outros e fornecimento de alimento, pela fixação de insectos. Beneficio para abelhas e mariposas diurnas e nocturnas que por sua vez servem de sustento a espécies de aves, morcegos etc.
3. Benefícios individuais para os aderentes da iniciativa
3.1. As pessoas envolvidas no projecto alimentam-se melhor dado terem à sua disposição mais produtos vegetais e de melhor qualidade (mais frescos e menos poluídos), para além de terem uma vida mais activa, daí que em termos sociais faz parte da promoção da saúde preventiva. Funcionam também como um complemento ao orçamento familiar. Embelezamento das fachadas dos prédios e por conseguinte do visual da cidade no seu todo.
3.2. Adopção de uma postura mais sustentável, menos consumista e mais consciente Contacto com a natureza e incorporação dos ciclos de vida equilibrando o Biorritmo
3.3. Benefícios de uma actividade de exercício físico (média de 7 quilo-calorias hora) e a sua carga positiva de endorfinas até ao contacto físico com o solo, a água e as plantas etc.
3.4. Integração entre orgânico e inorgânico, sendo que a nível mais profundo está directamente ligada a uma pacificação em relação ao medo da morte que tão presente se encontra no inconsciente individual e colectivo. Através da naturalidade com que os processos de decomposição e de criação de vida são expostos e experienciados, as crianças e adultos contactam com esta realidade de uma forma desdramatizada.
3.5. Efeito terapêutico porque Descontraí e relaxa os participantes, que apreendem a relação entre trabalho físico e mental e divertimento simultaneamente objectivos para Lisboa
4. Metodologia
4.1. Estes espaços verdes são geridos privadamente, de uma forma sustentável quer em termos ambientais quer em termos económicos, dado serem espaços cuja concepção e execução é barata sendo que também a sua manutenção não possui custos adicionais públicos.Em termos da autarquia, câmara através das freguesias, somente tem que facultar dois factores para assegurar uma maior adesão.
4.2. Apoio logístico através do fornecimento de floreiras e estruturas suporte e apoio para a instalação dos sistemas (o que também pode ser um factor de dinamização social (através de colocação de desempregados, reformados ou outros grupos para os quais seja necessário criar actividades produtivas) a construir ou adaptar materiais e equipamentos para essa função (aqui sugere-se também mais um elemento que será a redução de resíduos para aterros sanitários pois muitas mobílias, recipientes etc., com uma simples intervenção de reparação ou remodelação estética pode ser aproveitado para este fim)
4.3. Fornecimento de substrato resultante de compostagem. O que pode ser mais um sub-projecto, uma vez que das áreas verdes públicas e privadas resultam imensos resíduos que podem ser compostados (a isto podemos também juntar todo o material vegetal procedente de “fábricas de comida” que fornecem as escolas publicas, cantinas etc.
4.4. Oferta de formação, através de realização regular de acções de formação para a população, para que se sintam desbloqueados e mais estimulados a iniciar e manter a iniciativa.
6. Regulamento a elaborar e que deverá incluir:
6.1. Regras de inclusão dos intervenientes no projecto
6.2. Regras de manuseamento dos factores de produção e sobre o modo de produção adoptado
6.3. Regras sobre que tipo de estruturas e material vegetal poderão ser utilizados neste projecto.
6.4. Manual de boas práticas
6.5. Formação e esclarecimento
7. Calendarização
7.1. A divulgação
7.2. O cumprimento dos objectivos planeados
7.3. O timing e a ordem certa das operações
7.4. A resolução dos problemas através de acompanhamento técnico
7.5. A integração de técnicas sustentáveis na sua execução.
7.6. Mais informação sobre possibilidades e iniciativas neste contexto
Direitos reservados de conceito e autoria :"Cultivar Biodiversidade"
Proposta 1 a orçamento participativo De Lisboa - As hortas dos Anjos
Hortas dos Anjos
Actualmente, a inter-relação do homem com a natureza assume na exploração dos recursos naturais a sua mais directa e importante influência.
Quando acompanhada de respeito, sensibilidade, dedicação e arte, as actividades desta índole tornam-se a forma mais eficaz de proteger o meio ambiente e a natureza, as culturas das sociedades rurais e as pessoas que as mantêm vivas.
O incentivo às práticas do desenvolvimento sustentado assume cada vez mais um papel preponderante na continuidade e manutenção de práticas e atitudes que protejam o meio ambiente natural e humano, mantendo paralelamente a capacidade de regeneração e enriquecimento dos recursos naturais.
A educação ambiental actual estrutura-se em torno do objectivo global da biodiversidade e sustentabilidade. Esse objectivo é a sua razão de ser, que jamais deverá ser esquecida. O encontrar novos caminhos de relação com os sistemas vivos, que não comprometa a capacidade de sustentação da vida sobre a Terra
Neste sentido convém salientar que o desenvolvimento sustentável é um caminho onde se procura equilibrar três grandes sistemas: o ecológico, o social e o económico. Assim, uma educação promotora dum tal desenvolvimento terá de abarcar o conhecimento, a reflexão e a prática que permitam equilibrar estes três componentes da vida humana no tempo. Neste contexto de designação convencional, permito-me aqui acrescentar o elemento humanista propriamente dito, pelo estímulo e valorização assumidos das características mais intrinsecamente humanas, dos afectos, das sensibilidades e da criatividade.
Num contexto puramente de uma grande cidade em que os referidos ecossistemas naturais se encontram a razoáveis distâncias de deslocação, as quintas pedagógicas assumem um contexto de relevância fundamental para o contacto directo da população com as dinâmicas e valores naturais no seu quotidiano comum.
Nesta abordagem, as quintas pedagógicas, são um meio especialmente privilegiado para a sensibilização e divulgação da reaproximação da natureza junto das populações urbanas.
A missão das quintas pedagógicas nas grandes cidades nunca foi mais importante do que hoje. O grande desafio para o século XXI é aproveitar o conhecimento da diversidade biológica da terra e como dá forma aos sistemas do ambiente global de que toda a vida depende. Este conhecimento é crítico à ciência e à sociedade - para controlar recursos naturais, para sustentar a saúde humana, para assegurar a estabilidade económica, e para melhorar a qualidade da vida humana.
A necessidade urgente para este conhecimento diário aumenta na proporção que a conversão de sistemas naturais aos sistemas humano-controlados acelera o declínio da diversidade biológica. Na taxa actual de extinção das espécies, a ciência da biodiversidade tem aproximadamente 20 anos ou menos para responder a este desafio.
Fornecer ao público algo que os livros e a tecnologia não podem oferecer - aprendizagem experiencial. Se nós podemos projectar as maneiras para que crianças e os adultos conectem directamente com a natureza e os sistemas vivos, integrando essa experiência na atitude, estaremos a educar a geração seguinte, que verão ambientes sustentáveis mais como um ponto de partida do que uma mera possibilidade.
A quinta pedagógica
Nas quintas pedagógicas as crianças conhecem e contactam os vários tipos de animais rurais e aprendem como cuidar de uma horta!
Geralmente as Quintas Pedagógicas ficam localizadas em grandes espaços verdes, e têm por objectivo, fazer com que as crianças possam ter uma oportunidade única de contacto com a natureza e as suas raízes culturais e tradição. Actualmente é muito difícil as crianças da cidade verem a natureza de perto e poderem assim tocar e vivenciar tudo. O projecto das Quintas Pedagógicas trás essa oportunidade para as crianças das freguesias circundantes, maravilharem-se com a beleza e a simplicidade da natureza.
As Quintas Pedagógicas fazem com que as crianças percebam toda a vida que se existia e ainda se vive na zona rural envolvente das cidades, mas com a vantagem de não necessitarem de grandes deslocações, algo que por vezes é difícil dado tanto as contenções orçamentais, como as disponibilidades de professores e comunidade. As tradições rurais de norte a sul de Portugal poderão estar ali retratadas, e incluindo as festividades do calendário rural português.
Nas Quintas Pedagógicas as crianças podem vivenciar todos os processos rurais e participar de lavouras, hortas e pomares, além de desenvolverem tarefas do dia-a-dia rural como cuidar dos animais domésticos, colocar a mão na terra. É uma excelente opção para os tempos livres, também com a possibilidade de organização de campos de férias activas.
Implantação
No mapa apresentado acima, sugere-se esta encosta junto à Igreja da Penha de França, como local de implantação.
Para esta mesma sugere-se a seguinte forma de estruturação do espaço, em 4 componentes principais.
1. Zonas de hortas: composta por vários talhões, cada um deles atribuídos a uma escola que irá tratar do cultivo dos mesmos, devidamente acompanhados pelos monitores.
2. Zona de animais: Em que existem alguns animais de quinta, para contacto das crianças e visitantes com os mesmos, alem destes executarem as funções complementares normais da existência de uma quinta (produção de estrume, controle de pragas agrícolas, etc).
3. Zona de actividades: com uma superfície coberta em que as crianças poderão ter actividades como tratamento de sementes, construção de ninhos artificiais, germinação, fazer pão etc.
4. Zona livre: Em que sob o conceito de “terra das crianças”, as crianças poderão brincar livremente em contacto com a natureza, numa perspectiva de descoberta e interacção criativa, construindo as suas cabanas, fazer a sua aldeia e brincar livremente da forma que entenderem (obviamente sob vigilância de monitores ou professores.
Fica aqui então apresentado este resumo de projecto e do qual sabemos existir uma larga camada da comunidade teria em que existisse para os filhos desfrutarem.
Recomendações Ambientais – sugestões que favorecem o ambiente e a sua carteira
Extraido de Naturlink
Com um pouco de motivação e de atenção não é difícil tornar o nosso dia-a-dia ambientalmente mais são e, simultaneamente, economicamente mais favorável. Listamos aqui um conjunto de recomendações ambientais que nos poderão ajudar no nosso quotidiano.
Há que reconhecer que o dia-a-dia da maioria de nós pode ser ambientalmente bem mais favorável do que é hoje mas, vendo bem, bastam muitas vezes pequenas alterações dos nossos hábitos diários nas direcções certas para que se consigam ganhos ambientais significativos quando somados.
Por outro lado, é interessante notar que a maioria destas afinações ambientais traduz-se igualmente por poupanças no nosso orçamento, om que lhes confere um interesse adicional não negligenciável!
Como contributo para um quotidiano ambientalmente mais são e economicamente menos pesado, listamos de seguida um conjunto de recomendações ambientais que podemos implementar em diferentes circunstâncias.
Em Casa
- Por dia gastam-se muitos litros de água; 10 litros numa descarga de autoclismo, 80 litros num banho rápido, 100 litros numa lavagem de roupa na máquina e 50 litros numa lavagem de louça na máquina. O esforço para poupar água é uma obrigação.
- De cada vez que utiliza o autoclismo deita muita água fora, desnecessariamente. Tente regulá-lo de forma a poupar água. Se não consegue baixar a bóia, pode pôr um objecto que não flutue no depósito e os gastos de água serão reduzidos.
- Como descobrir se o seu autoclismo perde água? Ponha umas gotas de corante no depósito e se vir água corada na sanita, sem ninguém ter puxado o autoclismo, é porque existe uma fuga.
- O caudal de uma torneira é de 11 a 19 litros de água por minuto. Instale um compressor redutor de caudal e poderá reduzir o consumo em 50%.
- Não deixe correr a água enquanto lava os dentes ou faz a barba, pois abrir e fechar a torneira várias vezes é melhor do que deixar a correr água sem necessidade.
- Quando se está a lavar feche a torneira enquanto se ensaboa. Poupará muita água.
- Prefira o duche ao banho de imersão.
- Uma torneira a pingar durante 24 horas, de 5 em 5 segundos, perde 3 litros de água, o que corresponde a mais de 1000 litros de água por ano. Verifique as torneiras e repare as fugas de água.
- Só utilize a máquina de lavar louça ou roupa quando estiverem cheias ou se possuírem programas de meia-carga.
- Para poupar água, não lave a loiça com água corrente, encha o lava-loiça.
- Proceda à rega das suas plantas de manhã cedo ou ao cair da noite. Nessa altura, a evaporação de água causada pelo Sol é menor, pelo que poupará este recurso.
- Quando ferver água utilize preferencialmente uma chaleira ou ponha a tampa se utilizar uma panela, para que não gaste energia
- desnecessariamente.
- Quando estiver a aquecer um qualquer alimento, coloque a tampa para poupar energia.
- Sempre que for o último a sair de um compartimento da casa apague a luz. Instale detectores de presença que desligam as luzes quando uma sala está desocupada.
- Tente isolar as frestas das janelas e portas para evitar perdas de energia em casa; feche as cortinas para evitar as trocas de energia.
- Sempre que abrir o frigorífico retire tudo o que precisa de uma só vez e rapidamente.
- Mantenha a temperatura do frigorífico acima dos 5-6oC. Temperaturas inferiores são inúteis e aumentam o consumo de energia em 7-8%.
- Apalpe a comida que está no frigorífico, se estiver gelada, o botão está regulado para temperaturas demasiado baixas. Para poupar energia, aumente ligeiramente a sua temperatura.
- Tente manter as lâmpadas e os globos ou protectores de lâmpadas bem limpos para que a energia gasta seja aproveitada na totalidade. As lâmpadas limpas gastam menos energia.
- Substitua lâmpadas normais, por lâmpadas fluorescentes de baixo consumo. Para além de obter maior luminosidade, poupa energia.
- Tente manter as luzes de que não necessita apagadas. Para ler procure um local perto de uma janela ou com boa luz do dia e atrase ou evite a luz artificial.
- Ao passar a ferro, desligue-o um pouco antes de acabar. Ele manter-se-á quente durante o tempo necessário para acabar a sua tarefa.
- Faça uma reunião familiar para elaborar uma lista de todas as pequenas acções que podem facilmente ser feitas para poupar energia. Estabeleça um plano de poupança e vai ver que as suas contas de electricidade vão diminuir.
- Prefira as máquinas de calcular (e outros aparelhos) que funcionam com luz solar.
- Dê preferência à aquisição de pilhas recarregáveis. Necessitará também de um carregador de pilhas que ficará pago em poucas pilhas.
- Não utilize detergentes com fosfatos.
- Utilize aparelhos que não utilizem clorofluorcarbonetos (CFCs).
- Por ano são usados milhares de metros de toalhas de papel. Tente utilizar toalhas de pano em vez de papel.
- Guarde os sacos de plástico para voltar a utilizá-los. Se necessário, vire-os ao contrário, lave-os e ponha-os a secar.
- Guarde roupa velha ou trapos para poder usar em alturas em que necessita limpar algo como tintas quando está a pintar.
- Observe os livros, brinquedos ou roupas que já não usa. Conforme o caso pode dar os que já não quiser a hospitais, organizações de beneficência ou outras instituições.
- Os aros de plástico que mantêm juntas as latas de refrigerantes podem matar alguns animais que introduzem neles o bico ou o pescoço, impedindo-os de se alimentarem ou respirarem. Quando deitar fora estes aros corte-os.
- Os pesticidas devem ser guardados em local fechado e isolado. Muitos envenenamentos em zonas rurais são provocados por pesticidas.
- Segundo a NASA, as plantas de interior são importantes auxiliares da luta contra a poluição em recintos fechados.
- Deixe sempre os produtos perigosos nas embalagens de origem para evitar que alguém os confunda com outros.
- Desligue o monitor se o computador estiver inactivo durante mais de 15 minutos.
- Se viver numa zona quente, escolha uma cor clara para as paredes exteriores da sua casa, caso contrário, é mais eficiente utilizar tons mais escuros.
Utilize cores claras no interior da sua casa para que a luz natural e artificial seja mais facilmente reflectida.
- Prefira tintas de água às de base solvente.
- Substitua o ambientador por uma solução de ervas aromáticas com sumo de limão.
- Antes de lavar a loiça mais suja, limpe-a com papel e, se necessário, deixe-a "de molho".
- Evite o uso de papéis decorados, engessados ou perfumados, pois possuem produtos que dificultam a reciclagem.
- Evite o uso de papel de alumínio na cozinha.
- Regue as plantas da casa com a água recuperada da chuva ou com a que sobra na panela depois de alguém ferver ou aquecer vegetais. Esta será mais rica em nutrientes, embora seja necessário deixá-la arrefecer antes da rega.
- Faça o seu próprio estrume com resíduos de jardim (aparas de relva, folhas) e, se necessário, enriqueça-o com matéria orgânica. Informe-se sobre as técnicas da compostagem.
- Adopte uma alimentação mais rica em alimentos de níveis mais baixos da cadeia alimentar - hortaliças, cereais, legumes e consuma menos carne vermelha. Estará assim a reduzir o uso de recursos naturais na produção alimentar.
- Evite aquecedores com a resistência eléctrica à vista, pois o seu consumo é muito elevado e secam demasiado o ar.
- Mantenha os bicos de gás, as placas e o forno limpos, para manter o rendimento.
- Feche sempre bem a porta do frigorífico. Se ficar aberta haverá um maior dispêndio de energia para manter a temperatura e os alimentos poderão estragar-se.
- Na compra de um frigorífico, prefira um com descongelamento manual, em detrimento de um com descongelação automática, porque o primeiro gasta menos energia.
- Se vai construir a sua casa, adopte uma forma rectangular, pois as formas em L, T ou U aumentam o número de paredes exteriores, que ficam expostas ao frio do inverno.
- Proteja as portas de entrada em casa com portas interiores, formando halls de entrada que dificultam a entrada do frio ou do calor na casa.
- Posicione a chaminé da sua lareira numa parede interior, de modo a que o calor gerado não se perca e seja conservado no interior da casa.
- No jardim da sua habitação coloque arbustos e vedações nos lados mais ventosos, para cortar o ar frio, tornando o aquecimento mais eficiente durante o Inverno.
- Posicione as árvores do jardim a sul e oeste da sua casa, para permitir uma sombra refrescante no Verão durante a parte mais quente do dia.

- Nunca deite lixo para o chão. Se for para o campo, praia ou andar de barco leve um recipiente para guardar o lixo. Se puder, apanhe algum lixo que esteja já nos diferentes locais quando aí chegou.A água é indispensável à existência da vida animal e vegetal.
- Deve-se evitar poluir a água, talvez começando por não deitar lixo para os rios, lagos e mares.
- As embalagens de plástico e outro lixo que se deita ao mar matam, por ano, milhares de animais marinhos. Por vezes estes ingerem-nos pensando que é comida. Não deixe lixo na praia.
- Não abandone linhas de pesca, sacos plásticos e garrafas de vidro, pois poderão causar ferimentos a animais.
- Quando circular em qualquer meio de transporte, não deite qualquer tipo de lixo pela janela, mesmo que seja só um papelito. Muito menos despeje lixo fora dos contentores ou nas bermas das estradas.
- Quando despejar lixo em caixotes ou contentores, prefira utilizar recipientes com tampa, para reduzir as hipóteses do lixo ser derramado e espalhado. O lixo espalhado atrai ratos, baratas e moscas, que podem funcionar como vectores de diversas doenças, para além de poluir visualmente.
- Em dias em que não é efectuada a recolha de lixo, evite colocar o seu nos contentores, para que estes não transbordem e o lixo se espalhe.
- O fundo de uma garrafa pode provocar um incêndio por fazer convergir os raios solares quando nele incidem. Não se devem abandonar garrafas no campo ou nas bermas das estradas.
- Quando for às compras prefira sacos de papel ou lojas que os forneçam. No entanto o melhor será levar de casa um saco que lhe tenham dado noutra altura, pois a produção de sacos de papel é, também, causadora de perturbações ambientais.
- Ao fazer compras, escolha produtos com embalagens de papel reciclado.
- Prefira produtos verdes. O rótulo ecológico europeu é a garantia de que o produto causa poucos danos ambientais durante o seu ciclo de vida.
- Muitas embalagens utilizadas nos supermercados e nas hamburguerias são feitas de poliestireno, um derivado do petróleo. Este material não pode ser reciclado e, quando queimado, liberta substâncias que destroem a camada de ozono. Evite-as.
- Evite comer fast food, pois a maior parte das empresas são responsáveis pela produção de enormes quantidades de resíduos. Ao evitar este tipo de alimentos estará a contribuir para a redução do volume de resíduos.
- Prefira alimentos biológicos, pois na sua produção são utilizados menos produtos químicos. Para a além de serem mais saudáveis, são menos ofensivos para o ambiente.
- Prefira as embalagens de cartão às de plástico, por exemplo quando for comprar ovos.
- Prefira os produtos com embalagens de tamanho familiar. As embalagens são responsáveis por cerca de metade do volume de lixo
- doméstico.
- Dê preferência à utilização de refrigerantes em garrafas recicláveis.
- Quando encontrar aros de plástico na praia corte-os ou, pelo menos ponha-os no lixo para não serem arrastados para o mar. Podem matar alguns animais marinhos.
- Não liberte balões para o ar. Quando os comprar mantenha-os presos para não fugirem, porque podem ir parar ao mar e se algum animal pensa que é comida e os ingere pode morrer.
- Quando passear numa floresta tenha muito cuidado com o que possa provocar um incêndio.´
- Os pesticidas e os fertilizantes químicos devem ser aplicados com muito cuidado e com as doses absolutamente necessárias para evitar a poluição do ambiente.
- Quando levar o seu cão à rua remova as fezes, porque elas são geralmente portadoras de bactérias, vírus ou parasitas que podem
- contaminar as águas ou provocar doenças. Lembre-se que uma criança pode involuntariamente cair em cima de uma delas.
- Quando comprar um jogo ou brinquedo verifique se é bem feito, de forma a durar bastante tempo, para que seja bem aproveitado. Lembre-se que um brinquedo só dura se colaborar e não o estragar.
- Prefira as impressoras a jacto de tinta em relação às de laser, pois as primeiras usam menos 99% de energia durante a impressão.
- Quando comprar um aparelho electrodoméstico, escolha o que gastar menos energia.
- Se for possível, opte por um computador portátil. Este consome 1% da energia de um computador de secretária
- Ao comprar presentes ou objectos decorativos, certifique-se de que não são feitos de materiais extraídos de animais ou plantas em vias de extinção.
- Não compre produtos não certificados feitos com madeira proveniente das florestas tropicais - pau-rosa, mogno, teca, ébano.
- Não compre conchas nem corais, pois, ao fazê-lo, está a contribuir para a destruição dos recifes.
- As folhas, os ramos, as ervas, o estrume e alguns lixos orgânicos podem ser aproveitados para fazer fertilizantes orgânicos, que ajudam a preservar o solo.
- Quando for dispensável não utilize o carro para se deslocar, prefira os transportes públicos.
- Mantenha o carro afinado de forma a poupar combustível.
- O líquido anticongelante usado no sistema de refrigeração dos automóveis é tóxico. Não deixe, por isso, pingos de anticongelante no chão.
- Andar de bibicleta em vez de conduzir um automóvel poupa energia, reduz a poluição e contribui para o seu exercício físico.
- Na praia, não colha nem pise as plantas que crescem nas dunas. O solo desnudado facilita a erosão, e o ataque de agentes atmosféricos, físicos ou químicos.
- Ao visitar uma área protegida, não colha flores, não corte ramos nem faça inscrições nas árvores.
- Quando for caçar, respeite os regulamentos cinegéticos.
- Poupe combustível evitando a condução nervosa e as acelerações bruscas.
- Partilhe a utilização do seu automóvel.
- Mantenha os pneus com a pressão correcta, evitando o seu desgaste prematuro e um maior consumo de combustível.
Para Reciclar
- Os jornais, as revistas, os cadernos usados, as pilhas, os plásticos, as latas de refrigerantes e das conservas, o ferro, o vidro e outros materiais podem ser reciclados e deverão ser colocados nos ecopontos de forma separada para poderem ser recolhidos selectivamente.
- Antes de colocar o papel nos locais onde pode ser reciclado, verifique se está escrito dos dois lados, aproveite as folhas escrita só de um lado para os rascunhos e para o seu trabalho diário.
- Arranje um local de sua casa para guardar os jornais velhos e leve-os periodicamente a um centro de recolha de papel.
- As pilhas que já não servem devem ser colocados nos recipientes próprios, de onde são levadas para reciclar.
- Não deite garrafas ou outros utensílios de vidro para o lixo. Junte-os e coloque-os nos locais a partir dos quais são recolhidos para poderem ser reciclados.
Os funcionários de qualquer escritório deitam para o lixo, anualmente, cerca de 500 kg de material reciclável de primeira qualidade. No seu escritório proponha separar o papel que pode ser reciclado e ofereça-se para periodicamente ir ao papelão colocar o papel acumulado.
- A energia que se poupa ao reciclar uma lata de refresco pode fazer funcionar um televisor durante três horas. Quando utilizar uma lata, lave-a e ponha-a num sítio onde possa ser reciclada.
- A energia economizada com a reciclagem de uma única garrafa de vidro é suficiente para manter acesa uma lâmpada de 100 w durante quatro horas.
- Tente utilizar baterias que possam ser recarregadas. Cada bateria contém componentes poluentes, que degradam a área onde são
- despejadas. Caso não sejam recarregáveis, envie-as para as empresas fabricantes, o que poderá encorajá-las a reciclar.
- Cada tonelada de aço reciclado representa uma economia de 1140 kg de minério de ferro, 454 kg de carvão e 18 kg de cal.
- A produção de alumínio a partir de ferro-velho despende menos 95% de energia do que a partir do minério. Promova a reciclagem deste material.
- Não queime o seu lixo. A queima dos produtos produz gases tóxicos, que contaminam o meio ambiente. Em vez disso faça a separação do lixo e coloque-o nos locais próprios.
- Em vez de queimar as folhas e os restos dos legumes, proceda à sua compostagem.
- Ao aproveitar as folhas das árvores, a relva e outros detritos orgânicos para fazer adubo não está só a reciclar, está também a diminuir o consumo de adubos químicos.
- Comprima as latas, as embalagens em cartão e todos os recipientes volumosos, de modo a reduzir o volume de lixos.
- Ao mudar o óleo do carro, assegure-se de que este não vai para o esgoto ou para o solo. Entregue-o numa oficina que lhe dê um destino adequado.
Faça as emendas aos seus textos directamente no ecrã do computador, para evitar impressões desnecessárias e o gasto de papel em rascunhos.
- No emprego, em vez de usar copos de papel, utilize a sua própria chávena.
- Use recipientes que possam ser reutilizados para guardar alimentos no frigorífico, em vez de os embrulhar em película aderente ou papel de alumínio.
- As embalagens sujas de líquidos e alimentos devem ser previamente lavadas e secas antes de seguirem para os ecopontos.
- Deixe os medicamentos fora de prazo no farmacêutico e entregue restos de medicamentos ainda com eventual utilização nos Centros de Saúde.

Hortas urbanas e metais pesados nos solos
Actualmente em Lisboa tem acontecido um despertar e espírito de retorno á terra por parte de um número crescente da população.
Sinal disso têm sido as iniciativas crescentes para a criação de hortas urbanas e inclusive, com o apoio das entidades oficiais, o que vem demonstrar a sua importância crescente no tecido social e para a sustentabilidade, na qualidade de vida nos grandes centros urbanos actuais, em oposição a betonização maciça indiscriminada, e a proliferação da especulação imobiliária.
Actualmente, cada vez mais celebramos a alegria e a importância do cultivo de alimentos na cidade resultando num imenso prazer para nós, passarmos o Verão e o Outono a tratar de pequenos talhões de terra na cidade ou nas floreiras das marquises e varandas com o fim de comer tomate, verduras, alho e muitas outras coisas, de forma mais saudável e fruto da nossa dedicação.
No entanto e não querendo ser arauto de más noticias, acho importante chamar a atenção para um problema que não pode ser totalmente esquecido, pois estamos inseridos num contexto urbano em que os solos estão vulneráveis a, para além das partículas em suspensão que são gradualmente depositadas pela chuva, temos também as lavagens das estradas, ruas e fachadas de prédios, sendo que nas ruas existe tudo o que as pessoas lá deitam ou fazem, os resíduos de óleos e combustíveis dos automóveis, detergentes e sabe-se lá mais o quê.
Nos solos de Lisboa e dado que já aqui está uma cidade com ocupação humana há umas largas centenas de anos, existe todo um historial de utilização da terra, que na maior parte dos casos desconhecemos e nem conseguimos já investigar, dado a distância no tempo.
Mas a Natureza tem os seus próprios processos de depuração e descontaminação, que embora lentos e demorados se revelam eficazes, por isso quando estamos em presença de um quintal interior do qual sabemos que há uns 20 anos nada se faz ali, poderemos ter alguma tranquilidade quanto aos níveis de contaminação embora não considere descartável a hipóteses de uma simples análise, nem que seja para descargo de consciência.
Quando estamos a falar de zonas periféricas e de expansão mais recente da cidade e perto de estradas ou antigas unidades industriais (Como a zona de Chelas, Braço de prata e outras que se andam a pensar para hortas urbanas), deve-se ser particulramente cuidadosos com o facto de plantar imediatamente legumes antes de saber em que estado de sanidade tão aqueles solos. estas zonas escundárias ou de mais recente expansão urbana, por razões obvias de agressões mais recentes são altamente prováveis de estarem intensamente contaminadas.
Noutros países em que estão a acontecer há mais tempo movimentos de agricultura urbana semelhantes, já se fizeram análises e estudos e com as conclusões resumidas que devido às práticas e formas de uso ao longo dos anos, a química do solo está plena de chumbo e zinco das pinturas das casas e das emissões dos automóveis, e que muitos dos solos testados estão comprovadamente contaminados. Embora isso seja uma má e desmotivante notícia, representa uma etapa emocionante para melhor compreensão do nosso meio ambiente e para trabalhar em direcção a sistemas alimentares sustentáveis na nossa comunidade.
Com o resultado do estudo e análise para a presença de metais pesados em mãos, temos a possibilidade de fazer parte de um esforço importante em todo o mundo, para identificar e desenvolver práticas de agricultura e jardinagem seguras e saudáveis para ambientes urbanos.
Recomendações
Se acha que o solo do seu terreno possa estar contaminado, não desespere. Há várias práticas que melhoram a saúde do solo e as formas de mitigar o risco da contaminação da saúde por metais pesados.
Entretanto, aqui estão algumas recomendações: Se puder pagar (ou pedir a entidades oficiais), faça amostragens e análise dos solos que pensa utilizar, para a detecção de metais pesados e compare os resultados com as directrizes OMS.
O chumbo, cobre e arsénio são os metais mais importantes para testar. Se não tiver a certeza, ou se sabe que seu local está contaminado, pode construir canteiros e trazer solo e terra limpa de outro lugar.
Escolha um material seguro para construir as camas de cultura (como telhas, troncos, pedra ou madeira não tratada) e alinhá-los como uma barreira que reduz a migração de metais pesados do solo existente para o seu jardim. Em ambientes altamente contaminados, substitua 3-5 cm das camadas superiores do solo que serão levantadas em camas, em cada ano.
Lembre-se que "comer terra" é de longe a forma mais comum do que os metais pesados entrarem no corpo humano. Lavar as mãos depois de trabalhar a terra e lavagem dos hortícolas com cuidado. Evite mondas em dias muito secos, ou use o método de cortar e tombar, sendo cortadas as ervas um pouco acima do solo e deixado ficar o verde como cobertura da terra.
A adição de matéria orgânica para o solo reduz a quantidade de contaminação que é absorvido pelas plantas, assim como a adição de cinzas de madeira, cal, ou cascas de ovos para neutralizar o PH do solo.
Uma das práticas mais importantes em situações de contaminação e que requer alguma paciência a partir do momento que decida tirar os frutos da terra, é durante o primeiro ano (uma primavera e verão) fazer em todo o terreno uma cultura intensa de milho sorgo.
Esta planta de crescimento intensivo e rápido, sabe-se ter uma capacidade muito grande de absorver os metais pesados existentes no solo, pelo que é muitas vezes utilizada para limpeza dos solos quer de metais pesados, quer de resíduos de pesticidas e outros contaminantes.
Portanto, não há problemas sem solução, mas tenha cuidado com os solos da cidade que inevitavelmente tem sofrido muitas agressões.
Bom trabalho e boas culturas
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