Espécies selvagens no espaço Regenerar- Pica-pau malhado pequeno

Fonte : http://naturlink.pt/article.aspx?menuid=55&cid=91412&bl=1&viewall=true#Go_1
Com o comprimento aproximado de um pardal, o Pica-pau-malhado-pequeno é o pica-pau mais pequeno da avifauna europeia. Descubra algumas das características e distribuição desta ave peculiar.
CARACTERÍSTICAS E IDENTIFICAÇÃO
O Pica-pau-malhado-pequeno Dendrocopos minor é uma ave da ordem dos Piciformes. É o pica-pau mais pequeno da avifauna europeia, apresentando dimensões entre os 14 e 16,5 cm. Este pica-pau muito pequeno apresenta um corpo “rechonchudo”, cabeça arredondada e bico curto e aguçado na extremidade. As partes superiores são de cor negra com barras brancas nas asas e nas costas. A barra preta na parte lateral da cabeça não alcança a coroa. Os flancos são ligeiramente malhados. O macho apresenta uma mancha vermelha na coroa, sendo lateralmente bordeada a preto. As fêmeas não apresentam nenhuma mancha vermelha na sua plumagem.
DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA
O Pica-pau-malhado-pequeno é uma espécie de distribuição paleárctica sendo na generalidade uma ave sedentária. A sua área de distribuição estende-se desde o Norte de África, por quase toda a Europa, até ao Extremo Oriente. Na Europa, as variações populacionais são atribuídas a alterações do habitat e a variações temporais na disponibilidade alimentar. Em Portugal, a distribuição conhecida é muito fragmentada e descontínua, provavelmente devido às dificuldades de detecção associadas a esta espécie, mas também devido a diferenças de habitat.

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO
A nível europeu as populações desta espécie não se encontram ameaçadas. No entanto, e pelo facto de apresentar uma área vital relativamente grande (ca. 50 hectares) é sensível à fragmentação dos habitats. Na Península Ibérica encontra-se catalogado com o estatuto de “Indeterminado” em ambos os Livros Vermelhos Ibéricos. Os principais factores de ameaça são a degradação dos biótopos florestais e a exploração intensiva dos recursos lenhosos e associados.
HABITAT
Em Portugal encontra-se sobretudo, associado a sistemas florestais e agro-florestais. Nos primeiros destacam-se os carvalhais, os sobreirais (link à ficha) e as matas ripícolas de choupo e salgueiro. No Centro e Sul do território nacional frequenta ainda meios agro-florestais relativamente densos, destacando-se os montados de sobro e os montados mistos de sobreiro com pinheiro-manso. Parece evitar bosques de resinosas.

ALIMENTAÇÃO
Alimenta-se de invertebrados que retira dos buracos ou saliências dos trocos e ramos das árvores, como sejam larvas de escaravelhos, moscas diversos aracnídeos, etc. Por vezes captura os insectos em vôo. Também consome pequenos frutos silvestres.

REPRODUÇÃO
Os ninhos desta espécie são construídos por ambos elementos do casal, consistindo num buraco no tronco de uma árvore ou, mais ocasionalmente, num poste de madeira. As posturas variam normalmente entre 4 a 6 ovos (mais raramente 3 a 8) e o período de incubação prolonga-se entre os 11 a 12 dias sendo esta realizada tanto pela fêmea como pelo macho. Cada casal apenas efectua uma postura por ano. As crias permanecem no ninho durante 18 a 20 dias.

MOVIMENTOS
É uma espécie essencialmente sedentária. Contudo, nas regiões mais setentrionais da sua área de distribuição podem ocorrer movimentos dispersivos entre os meses de Agosto e Novembro que, excepcionalmente, podem provocar movimentos eruptivos. Também pode realizar movimentos altitudinais.
LOCAIS DE OBSERVAÇÃO
É difícil estabelecer zonas em que esta espécie possa ser observada com toda a segurança. Muito provavelmente, um dos melhores locais para a observação desta espécie no nosso País é a bacia do Sado. Destacamos por exemplo, a Herdade do Pinheiro e outras áreas de montado adjacentes ao Estuário do Sado. A Serra de Grândola e áreas envolventes também são locais a ter em consideração. Por fim, destacamos o Barranco Velho na Serra do Caldeirão (concelho de Loulé, Algarve). Note-se que esta espécie é mais facilmente localizada através do seu chamamento pelo que aconselhamos o seu conhecimento prévio.

CURIOSIDADES
Este pica-pau por vezes pode ser observado a alimentar-se em “bandos mistos” compostos por diversas espécies de chapins Parus spp., estrelinhas Regulus spp. E outros passeriformes, sobretudo durante o Outono-Inverno.


BIBLIOGRAFIA

Cramp, S. (1985). The Birds of the Western Palearctic, vol. IV. Oxford University Press, Oxford.

Elias, G.L.; Reino, L.M.; Silva, T.; Tomé, R. e Geraldes, P. (1999). Atlas das Aves Invernantes do Baixo Alentejo. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Lisboa.

Díaz, M. Asensio, B. e Tellería, J.L. (1996). Aves Ibéricas I. No Paseriformes. J.M. Reyero Editor, Madrid.

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